Atualizado em 12 Abril, 2021
Sentados nas margens do Reno, juntamo-nos a Helvécia na contemplação da capital cultural da Suíça. ChegÁmos a Basel ou Basileia, uma cidade com muitas faces
Helvécia, que dizem ser a imagem personificada da Suíça**, costuma ser retratada como uma guerreira temerária. Mas aqui, na fronteira entre a Suíça, França e Alemanha, surge contemplativa, com os pés descalços a baloiçar sobre o rio, o escudo e a lança esquecidos. Ao seu lado, repousa uma mala e uma capa de viagem. Resta saber o que queria a escultora Bettina Eichin simbolizar com esta Helvetia auf Reisen (1980), a Helvécia viajante…
A cidade assume diferentes formas para diferentes pessoas.
Para os apreciadores de arte, Basileia é um paraíso, com a maior concentração de museus do país (são mais de 40, muitos com entrada gratuita), a que se somam galerias de arte, grandes concertos e exposições de renome como a ArtBasel que atrai artistas do mundo inteiro.
Para os bancários, é o berço de vários acordos que protegem e sustentam o sistema bancário mundial. Para fãs de ténis, é a terra-natal de Roger Federer.
Os historiadores recordam que aqui fica a mais antiga universidade suíça (1459), onde passaram grandes génios como Erasmo de Roterdão, Carl Jung ou Friedrich Nietzsche.
Para os profissionais da saúde, Basileia é sede de grandes farmacêuticas como a La Roche ou a Novartis. Segundo o jornal Le Temps, serão mais de 900 as empresas químicos-farmacêuticas ou ligadas às tecnologias da saúde, na região. Há até quem ironize dizendo que, graças a isso, seria um milagre encontrar alguma bactéria viva no rio Reno!
Para quem trabalha com gestão de resíduos, como o meu marido, Basileia remete para a grande convenção mundial sobre transporte e eliminação de resíduos perigosos.
Para mim, viajante, Basileia é uma cidade simpática e pequenina, com uma linda ainda que não inesquecível catedral gótica, um centro histórico bem preservado, e uma zona ribeirinha agradável. Na catedral, que começou por ser católica e depois passou a protestante, podemos subir os 62 metros da torre, para desfrutar de uma vista fantástica sobre a cidade e o rio e, ao longe, sobre a Floresta Negra.
O que a distingue de outras cidades suíças? Duas coisas.
Primeiro: o edifício do governo do cantão de Basel, renascentista, de cores fortes e visita gratuita. Impossível não nos apaixonarmos.
Segundo: o Museu dedicado a Jean Tinguely, o escultor suíço do ferro, com peças que se movem, acendem ou deitam fumo. As suas máquinas inventivas, ao estilo de Júlio Verne, também podem ser vistas na Fonte Tinguely, numa alegre brincadeira com a água (no Verão) ou com o gelo (no Inverno).
Visitas adicionais
– O Jardim Zoológico é bastante famoso, por ter espécies raras. Mas, como sabem, nós preferimos ver animais no seu habitat natural, pelo que não o incluímos no nosso roteiro.
– O Kunstmuseum reúne arte dos séculos XIX e XX, incluindo obras de Picasso, Van Gogh, Dalí, Cezanne, Monet e quadros renascentistas europeus.
– Puppenhausmuseum, museu de bonecas, tem uma linda colecção de ursinhos, bonecas e casas de brincar (construídas à escala 1:12).
** Confœderatio Helvetica (CH) é a designação oficial em latim do país (língua franca na altura da fundação), termo que provém do nome da antiga tribo celta dos Helvécios. Apesar de Helvetia já não ser utilizado para caracterizar oficialmente a Suíça, ainda pode ser encontrado em selos e moedas suíços. As iniciais “CH” são usadas ainda nas matriculas dos carros e nos domínios da Internet.
Museu Tinguely: site | ter-dom 11h-18h00 |Bilhete: 18 CHF (adultos), grátis (até 16 anos)
Catedral de Basileia: site | seg-sáb 10h-17h, dom 11h30-17h00 | subida à torre 2 CHF
Town Hall: site | seg-sexta 8h-12h, 13h30-17h00 | Visita gratuita
Site de turismo da cidade: aqui.
34 Comentários
Linda Basileia! Assim como você Ruthia, também adoro cidades pequenas e nem tão turísticas, são bem mais simpáticas e nos fazem sentir mais a vontade. Gostei de Helvécia! Provavelmente, se ali estivesse, me sentaria como ela à beira do rio e ficaria horas a contemplar pedaços dos dois países vizinhos…
Bons ventos por aí Ruthia <º(((<
Bia
Olá Bia. Na verdade, só fomos à cidade porque o meu marido queria muito conhecer o lugar onde nasceu a Convenção de Basileia, de resíduos perigosos. O roteiro teve que incluir várias preferências, haha
Olá Ruthia!
Que bela postagem com ilustração destes vídeos ficou linda e bem apresentada.
Interessante as maquinas inventivas na agua.
Parece um lugar calmo e muito lindo.
Mais uma boa viagem que fazemos com vocês e recebemos belas dicas.
Meu terno abraço amiga.
Bjs
Obrigada amiga por este belo passeio. E obrigada também pela história da cidade.
Adorei viajar consigo por esta bela cidade, que a mim que pouco tenho viajado não me pareceu tão pequenina assim.
Um abraço
Bem, na verdade, Basel é a terceira maior cidade suíça, depois de Zurique e Genebra. Mas, ainda assim, é pequenina até para os padrões do nosso pequenino Portugal.
Beijinho Elvira
Deve ter sido uma experiência interessante ter visto a Helvécia dessa maneira tão humana.
Adorei conhecer e viajar por Basel por suas palavras e perspectivas 🙂
bjos
Todos os guerreiros precisam despir o uniforme, de vez em quando. Grata pela sua visita e amável comentário.
Abraço
Roteiro curtinho, mas bem interessante. Ainda não tive a oportunidade de conhecer a fronteira tripla, então guardarei o seu post para o futuro.
Na verdade, Gisele, visitei vários pontos turísticos na cidade, mas não escrevo para fazer roteiros (para isso, há muitos outros blogs de viagens que se podem consultar). A filosofia do Berço é passar uma visão pessoal acerca dos lugares e do mundo.
Que lugar simpático. Eu adoro a Suíça, mas não conheço ainda a Basileia. Ótimas dicas, amei o post!
Na verdade, não era um lugar "obrigatório" para mim. Mas o meu marido tinha tanta curiosidade, que tivemos que passar um dia lá. Não posso dizer que é a minha cidade suíça preferida, mas foi um programa simpático.
Olha que legal! Não tinha lido um relato sobre Basileia. Muito bom esse artigo, parabéns!
Olá Ruthia, grato pelas palavras, grato por permitir dar a conhcer este maravilhoso e interessante espaço!
Bj
Olaaaa
Adorei o seu post. Cada lugar lindo.
Ainda não conheci esse cantinho da Suíça. preciso voltar.
Abraços
Thais
Um cantinho mesmo, na ponta das pontas, no limite dos limites 🙂 É uma cidade simpática
Eu amo cidades assim, acho que também gostaria demais de conhecer Basileia. Parece um encanto pelo seu relato! A Suíça é demais <3
oi Ruthia… mais um texto adorável e delicioso de passear. Gostei de caminhar com você por Basel, cidade que não consegui visitar quando estava no país, não por falta de vontade e sim por absoluta falta de tempo!
Voltarei um dia, pois já criei, bem aqui, minhas memórias primárias a respeito da cidade! 🙂 bj
Acontece o mesmo comigo, quando leio um bom texto sobre algum lugar. É realmente uma espécie de memória primária, quando chegamos lá, já há algo de familiar.
Então, já está de regresso ao Brasil?
Beijinho
Quando voltar a Suíça, desejo muito conhecer Basiléia, bem como outras cidades. A Catedral e o passeio ribeirinho deve ser demais!! Parabéns pelo relato!
A Catedral é muito singela, já que se tornou protestante e, com isso, ficou muito mais despojada. Mas eu gosto dessa sensação de silêncio despojado!
Abraço
Um ótimo post sem dúvida 🙂
Seja bem vindo aO Berço, Pedro. Espero que se sinta em casa, por aqui.
Um belo passeio pelas margens do Reno.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Olá Ruthia! Adorei o post e que belos locais hein?! Você escreve muito bem, parabéns! 😉
Querida Ruthia
também eu, há uns anos , fiz esse roteiro e agora delicio-me a recordar.
A Ruthia é uma óptima escritora e, no que se refere a viagens, nunca li nada melhor.Dá-nos vontade de ir logo fazer as malas e partir.
Um beijinho
Beatriz
Ownnnn, Beatriz. Muito obrigada pelo carinho. É muito bom receber este tipo de feednack.
Um beijinho
Querida Ruthia
Continuo visitando a Suiça na tua companhia – já que, infelizmente, é um dos países que não cheguei a conhecer AINDA.
A verdade é que, depois das excelentes descrições que fazes, e das fotos que nos mostras, a vontade que sempre tive de a conhecer, fica ainda mais… "atiçada" 🙂
Este ano não dá, vou aos States no final de Julho e regresso a meados de Setembro. Mas no próximo ano quem sabe?
RE: Esqueceste o título – O SEGREDO de Bela… Se é segredo…
Ela será mesmo da idade da mãe dos rapazes?
Ou melhor, ela existirá mesmo??? Não será fruto da imaginação deles? Afinal… eles estiveram a beber…
As hipóteses ficam no ar. As respostas virão a seu tempo…
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
A marota vem aqui atiçar a curiosidade?! E faz muito bem, aguardo os novos episódios com impaciência.
Beijinho
Uma cidade que eu adoraria conhecer Ruthia. Gosto de viajar com você, pois há uma leveza na tua escrita, que eu posso apreciar os detalhes como se eu estivesse dentro da foto.
Maria Glória, preparar um post com todo o cuidado e ser recompensado com comentários amáveis e positivos como o seu, não podemos pedir mais! Muito obrigada
querida amiga, como sempre a nos dar maravilhosa aula de história e cultura… cada vez que venho aqui me sinto engrandecida de saber! Só posso mesmo te agradecer por mais esta oportunidade de conhecer, viajar contigo, mais um dos muitos lindos cantos e recantos deste mundo! bjs
Tenho muito vontade de conhecer esse linda charmosa cidade da Suíça e ainda estando perto de mais outros dois países deve ser muito legal. Vou guardar a informação para ir uma próxima vez.
Belo relato, gostoso de ler e informativo. Parabéns!
Olá, falo de Lisboa Portugal e vou para Basileia sábado
gostei do que li e tomei nota
para visitar Alemanha a partir de Basileia o que recomenda
agradeço ajuda
obrigada e boas viagens