Atualizado em 13 Abril, 2021
Quem está cansado de Londres, está cansado da vida, diz o adágio viajante. Provavelmente porque esta metrópole, vibrante e orgulhosamente multicultural, tem programas para todos os gostos.
Em poucos lugares se pode, numa só tarde, ouvir um concerto de guitarra eléctrica a percorrer os clássicos de Led Zeppelin e Pink Floyd, sob o olhar atento de Eros (Piccadilly Circus); ver breakdance e logo a seguir um violinista jovem e loiro com vagas semelhanças a um David Garret (Leicester Square). E, não muito longe dali, ouvir um cantor lírico num dos mais tradicionais mercados londrinos (Covent Garden).
Os teatros e casas de espectáculos sucedem-se, anunciando musicais a um preço muito mais penoso do que o das performances de rua. Behold! Les Miserables continuam em cena!
Milhares de turistas misturam-se com os londrinos que se dirigem para a city, o centro financeiro do reino, nos seus fatos impecáveis. Nos labirínticos túneis de metro, leem jornais, leem livros (quem são estas aves raras?), sempre discretos em relação ao vizinho do lado, mesmo quando os sovacos deste se escancaram a meros centímetros dos seus rostos. Antes de entrarem nos seus modernos escritórios, abastecem-se de cafeína no Starbucks ou Costa Coffee da esquina.
Os edifícios espelhados que engolem estas formiguinhas convivem com outros, de épocas longínquas. Essa é a imagem de marca de Londres. Uma cidade moderna, mas que não esquece as suas raízes, as suas tradições, o seu chá, a sua rainha.
É por Sua Majestade que o célebre relógio da Torre de Santo Estevão, mais conhecido como Big Ben (por empréstimo do nome do sino de 13,5 toneladas), proclama em latim e com letras de ouro “Deus, mantenha a salvo a nossa rainha Vitória, a primeira”.
Só aqui a ambição de rigor poderia criar a gíria “putting a penny on“. Colocar ou retirar um centavo no mecanismo adianta, ou atrasa, aquele relógio durante a fracção de segundo necessária para que seja o mais preciso do mundo.
Em Londres encontramos arte antiga (no British Museum ou na National Gallery, um dos maiores museus ingleses) e arte contemporânea (Tate Modern), sem pagar um tostão. O Museu de História Natural tem fósseis de dinossauros, mas não dispensa a mais moderna tecnologia e painéis interactivos.
E haverá guia mais tradicional do que um “beefeater” para nos contar os segredos tenebrosos da Torre de Londres?
A cidade está repleta de hipsters e, no entanto, continuam a colocar uma bíblia sagrada em cada quarto de hotel. É a tradição, explica a nossa recepcionista, com uma sonora gargalhada.
Tristemente, um dos símbolos britânicos mais emblemáticos, as cabines telefónicas vermelhas – talvez a invenção mais conhecida do arquitecto Sir Giles Gilbert Scott, que passou a ostentar a coroa de St. Edward depois que a actual rainha subiu ao trono – estão muito sujas e maltratadas. Numa altura em que toda a gente tem (pelo menos) um telemóvel no bolso, elas estão a tornar-se obsoletas. Tanto que a British Telecom criou a campanha “adopte uma cabine” (aqui) para ajudar na sua manutenção.
A capital inglesa recebeu-nos com temperaturas atípicas, perto dos 30ºC. Quase nem vimos guarda-chuvas que, em boa verdade, deviam fazer parte do traje de um gentleman. E o meu imaginário transporta-me para o clássico espião John Steed, da série Avengers, ainda antes dos heróis da Marvel terem nascido!
Alguns londrinos não gostam deste calor, diz-nos o jovem moreno que vende macaroons no Harrods (outro clássico)! Ele gosta, acrescenta com um sorriso. Pergunto-lhe de onde é: talvez do Médio Oriente!? “I was born here, but my parents came from Pakistan”, explica com a expressão do já estou tão habituado a que me tomem por estrangeiro. E como eu o entendo…
All my love to my faithful readers. Greetings from London!
15 Comentários
Londres é mesmo uma cidade muito interessante.
Mas o seu post também.
Ruthia, tenha uma boa soa semana.
Saudações poéticas.
Amiga querida… conseguistes prender a atenção do Ali com este teu post!! Isso é mérito teu!! Obrigada!
Amei mais esta viagem contigo… agora, aguardo ansiosa o post sobre a torre, tá?
bjs desejando-te e aos 'meninos' ótima semana
Que postagem gostosa sobre os encantos de Londres, ao falar de Covent Garden, lembrei de BOB, o gato de James Bowen, do livro "Um Gato de rua chamado BOB". Obrigada, que sua semana seja excelente, abraços carinhosos
Maria Teresa
Há muito a ver e fazer4 por lá e não dá pra cansar ..Lá só me cansa a falta de sol por tanto tempo no ano! bjs, chica
Querida,
Apesar de minhas raizes paternas em Portugal, apesar de minhas profundas raizes maternas na Alemanha, não há nada que eu mais sonhe desde a infancia (pois é…) do que conhecer muito bem todo Reino Unido, claro, Londres especialmente. Não me pergunte por quê, mas é algo que sonho desde que me entendi por gente.
Beijos.
Londres sempre me pareceu uma cidade bem musical e multicultural, embora eu ainda não a conheça de perto! São exatamente essas características que me atraem a atenção e a vontade de um dia ir até lá. Só não sei quando, pois para o ano que vem já tenho outros planos, também por aí…..
Beijinhos e bons ventos <°)))<
Bia
Conte-me tudo. Vem a Portugal? Ou só à Europa? Se precisar de algum tipo de ajuda, disponha.
Um abraço
Eu não me cansaria certamente! Pedia-te era um roteiro completo 🙂
Beijinhos acalorados!
Beleza e curiosidades de uma cidade desejada.
Londres é um sonho.
Ouvir o Big Ben deve ser emocionante.
E o Pequeno por ai com caras e bocas muito bom.
Um carinhoso abraço amiga e tudo de bom para vocês.
Beijo de paz.
Que delicia Ruthia!
Muito obrigada por compartilhar todas estas maravilhas londrinas. Espero poder conhecer Londres um dia. As cabines telefônicas vermelhas são mesmo um charme, espero que os ingleses as conservem, apesar dos celulares.
Hoje vi pelos noticiários que uma greve do metrô agita a cidade de Londres. Enfim, problemas como você disse lá meu espaço, têm em todos os lugares.
A proposito, o lugar da foto à que você se refere, chama-se Pico da Cascavel e fica na cidade de Socorro, interior de São Paulo.
Boas férias para você e família. Beijos no pequeno explorador, vejo que ele está aproveitando bastante! Que bom!
Eu vi nas notícias, Cris. A primeira greve em 13 anos… acho que teve mais greves no metro aqui em Portugal, só no último ano.
Lindo o Pico da cascavel, apesar do nome: tem cobras?
beijinhos
Que lindooooo
http://blogdathaisi.blogspot.com.br/
Gostei demais das fotos, principalmente da última. Seu filhote fazendo festa (rss). Essas cabines não perderam o charme, apesar de estarem meio abandonadas. Soube que andam sendo vendidas a alto custo e que existem muitos interessados. Lendo sua postagem fui me lembrando dos comentários de uma grande amiga, e também de minha sobrinha, sobre essa cidade, que elas adoraram. Programas para todos os gostos, disse você. E elas sentiram isso quando estiveram lá. Bjs.
Ruthia, passei para ver as novidades e para lhe desejar um bom fim de semana.
Um abraço.
Sempre quis ver as cabines de perto espero q conservem, gostei de TDs as dicas e amei as fotos