Atualizado em 7 Setembro, 2023
Varsóvia – reis e ditadores marcaram a capital polaca ao longo dos séculos. Mas foram libertadores e artistas que a ajudaram a renascer, qual fénix, do caos e da destruição. É tempo de descobrir a velha nova Varsóvia.
Durante anos, Varsóvia foi ignorada pelo turismo. Talvez devido à sua reputação relacionada com a Guerra Fria, talvez por causa da fama de uma cidade fria, talvez graças à sua história desoladora. Até que a capital da Polónia foi eleita melhor destino europeu de 2023.
“Passeie pelos seus belos parques, relaxe nas suas praias urbanas, aproveite a grande variedade gastronómica, vá em qualquer período do ano e desfrute do seu rico calendário de eventos”. Dado o conselho, a European Best Destinations destaca locais emblemáticos como a Praça do Mercado da Cidade Velha e os seus edifícios coloridos ou o Parque Lazienki, com os seus palácios, pavilhões e laranjais.
Entretanto, descobriu-se que Varsóvia é uma das cidades mais seguras da Europa – mais que Paris (três vezes mais), Roma (duas vezes mais) e até Viena. Isso não significa que deixemos o bom-senso em casa, querendo dizer que é um destino simpático para mulheres a solo e famílias com crianças. Varsóvia é também relativamente barata, se comparada com outras capitais europeias.
Rejeitámos os preconceitos que tantos artigos monótonos sobre a capital da Polónia nos insinuavam e fomos visitar Varsóvia, terminando rendidos a esta grande cidade que foi destruída, reconstruída, desconstruída, reinventada. O único arrependimento? Ficar apenas dois dias na cidade.
Atravessando o rio Vístula, Varsóvia revela uma segunda face. Uma mistura incomum de tradição e modernidade salta à vista, com arranha-céus a erguerem-se acima dos telhados vermelhos da cidade velha.
Edifícios históricos fundem-se com estruturas modernas. O Palácio da Cultura e da Ciência, herança de Estaline, está espelhado em arranha-céus ultramodernos. O Hala Koszyki, um edifício histórico renovado com muitos bares e restaurantes, é um dos destinos gastronómicos preferidos da cidade.
Se Cracóvia é mais bonita, Varsóvia destaca-se pela sua capacidade de reinvenção. No final da II Guerra Mundial, o centro histórico reduzido a escombros foi completamente refeito. O castelo real reerguido, graças aos polacos que se uniram para angariar os fundos necessários. E tudo ficou tão primoroso que a UNESCO o classificou Património Mundial.
Para além do encanto da cidade velha (Stare Miasto), há museus de classe mundial e, sobretudo no verão, há uma vida noturna animada, muita gente na rua e concertos inspirados em Chopin, um dos seus filhos ilustres.
#Dica: Varsóvia é uma cidade grande, pelo que poderá optar por transportes públicos para alcançar pontos mais distantes. A ZTM opera um sistema integrado de elétrico, autocarro e metro. Um bilhete de viagem única, que pode comprar nas máquinas existentes em muitas paragens (diversos idiomas, aceitam cartões), permite usar diferentes veículos ou meios de transporte, durante 20 minutos.
Breve nota histórica sobre Varsóvia
Varsóvia tem uma história tão turbulenta como fascinante, desde que se tornou capital, em meados do século XVI. Nesta altura, a Polónia era já um dos Estados mais poderosos no continente, com normas democráticas que limitavam o poder real. Aliás, na Idade Média, os juristas desenvolveram “a escola polaca de Direito das Nações” que rejeitava a invasão de Estados considerados pagãos.
A tolerância do reino atraiu intelectuais e a diáspora judaica, que foi sendo expulsa um pouco por toda a Europa. Sigismundo III foi o responsável por mudar a corte de Cracóvia para Varsóvia (e a primeira nunca recuperou do golpe, com uma rivalidade que permanece até hoje), para estar mais próximo da Suécia, cujo trono era igualmente seu.
A cidade conheceu um longo apogeu, na época renascentista e romântica e, apesar de ter perdido a independência durante 123 anos, ter sofrido incêndios e epidemias no século XIX, foi considerada uma das cidades mais bonitas do mundo até à II Guerra Mundial.
Bem, todos sabemos que a Polónia foi um dos países que mais sofreu durante este conflito – foi no seu território que os nazis perpetraram o Holocausto. Mais de 6 milhões de polacos morreram e as elites foram perseguidas e assassinadas. O que poucos sabem é que Varsóvia foi a única cidade que se revoltou contra os nazis, em 1944. Sofreu, obviamente, as consequências: a capital foi completamente arrasada.
Hoje, depois um longo período sob influência soviética, Varsóvia é uma das maiores capitais da União Europeia e a sua arquitetura reflete a longa e aziaga história, com igrejas góticas, palácios neoclássicos, estruturas soviéticas e arranha-céus modernos.
#Nota: o Dia da Revolta é assinalado na tarde de 1 de agosto. A cidade para, completa e literalmente. Até o trânsito. As sirenes começam a tocar e toda a gente respeita um minuto de silêncio.
O que visitar em Varsóvia
Varsóvia é uma cidade grande, por isso os passeios a pé geralmente limitam-se a áreas e atrações específicas. Como tínhamos tempo limitado na cidade, escolhemos um free walking tour da Walkative no centro histórico. Esta empresa polaca oferece ainda visitas inspiradas na comunidade judaica de Varsóvia, na época comunista, ou na street art.
Outra alternativa, para ter uma ideia geral da cidade, é o autocarro hop-on hop-off, que parte junto do Palácio da Cultura e da Ciência, para dois percursos distintos (linha azul ou vermelha). Entretanto, eis os programas mais interessantes para incluir num roteiro em Varsóvia. Clique nos links, para obter informação atualizada sobre horários e preços, quando aplicável.
Ao longo da Rota Real
Começamos a nossa jornada junto à estátua de Nicolau Copérnico, que descansa, de forma simbólica, em frente ao Palácio de Staszic, que é como quem diz, a Academia de Ciências do país. O chão da praça é enfeitado com um sistema solar à escala, em homenagem à teoria heliocêntrica de Copérnico, que revolucionou mentalidades e enfureceu a Igreja.
Dali seguimos pela longa rua Nowy Swiat em direção à cidade velha, também conhecida como “caminho real” pois passa no castelo e termina na antiga residência do Rei Jan III Sobieski, em Wilanów.
Impressionantes edifícios históricos ladeiam a conhecida Rota Real: o Palácio Presidencial, o Ministério da Cultura e Artes, a Universidade de Varsóvia, elegantes residências e o mítico hotel Bristol. Ao longo da sua longa história, o hotel de cinco estrelas de estilo neoclássico recebeu a rainha Elizabeth II, inúmeros chefes de Estado (Jacques Chirac, Helmut Kohl, John Fitzgerald Kennedy, Margaret Tatcher, George W. Bush), artistas e escritores (Woody Allen, Mick Jagger, Picasso, Neruda) e até o Dalai Lama.
Ao longo da rua há várias réplicas das telas de Canaletto, artista que retratou o centro de Varsóvia no século XVIII, facilitando o trabalho de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial. Lojas de âmbar – a Polónia é um dos maiores produtores mundiais -, restaurantes, bares e cafés também se multiplicam nesta rota real.
Chegamos então ao Castelo real, na praça Zamkowy, coroada com a coluna de Sigismundo III, o monarca que transferiu a capital da Polónia para Varsóvia. O famoso monumento é o ponto de encontro favorito tanto de varsovianos como dos turistas. Alvo de ampliação e várias remodelações, a residência oficial dos reis polacos tornou-se um opulento palácio barroco, de cores garridas e câmaras ricamente decoradas.
Para além dos aposentos reais, sala do tribunal, sala de mármore, a sala do trono e a Câmara do Conselho, onde a primeira constituição europeia (e segunda no mundo) foi aprovada, a 3 de maio de 1791. Na ala leste, não deixe de apreciar as pinturas de Rembrandt, Canaletto e Matejko.
#Nota: saiba que o castelo não é a estrutura original, que foi completamente destruída pelo exército alemão quase no final da II Guerra Mundial. Uma ampla reconstrução permitiu reabrir o castelo real ao público em 1984. A entrada no castelo é gratuita às quartas-feiras.
Cidade Velha: o coração pulsante de Varsóvia
Estamos já em plena cidade velha, a acolhedora montra de Varsóvia. O seu coração bate há muitos séculos na Praça do Mercado (Rynek Starego Miasta), que remonta ao século XIII, rodeada de edifícios em tons pastel e muitos cafés e restaurantes.
Com um ambiente especialmente animado depois do anoitecer, a praça acolhe o Museu de Varsóvia, com coleções que contam a história da cidade e dos seus moradores, distribuídas por uma dúzia de edifícios residenciais.
A estátua da Sereia de Varsóvia (que consta no brasão da cidade), de espada e escudo na mão, ergue-se orgulhosamente no centro da praça. É estranho uma sereia simbolizar uma cidade sem mar e, de facto, ela está envolta em lendas e mitos.
Uma das versões conta que duas sereias irmãs partiram de Atlântida para explorar mundo. Uma delas enamorou-se por Copenhaga, e por ali ficou, enquanto a outra seguiu até ao mar Báltico e dali pelo rio Vístula, acabando aprisionada. Libertada por um pescador de Varsóvia, tornou-se protetora dos pescadores e da cidade.
#Curiosidade: existe uma segunda estátua da sereia nas margens do rio Vístula, nas proximidades do Centro de Ciências Nicolau Copérnico. A evolução pictórica da sereia de Varsóvia pode ser testemunhada na grande porta da catedral, um pouco adiante da praça do mercado.
A vizinha Catedral de São João Baptista, na rua Piwna (rua da cerveja!), é outro tesouro histórico da cidade velha. Igreja mais antiga de Varsóvia, o edifício original foi construído no século XIV e acolheu casamentos reais, coroações e funerais. Na cripta existem túmulos de diversas figuras notáveis, dos duques da Masóvia aos arcebispos de Varsóvia, do último rei polaco ao prémio Nobel da literatura Henryk Adam Sienkiewicz.
Seguimos então para o barbacã e o que resta das muralhas defensivas de Varsóvia, construídas em 1548. No interior do barbacã há uma exposição que apresenta a história das fortificações (com modelos).
Antes de sair da cidade velha, passámos pelo monumento ao pequeno insurgente (Pomnik Małego Powstańca), a famosa escultura de um menino com um capacete grande demais, que recorda as crianças-soldado que lutaram contra os nazis durante a Revolta de Varsóvia.
Nos passos de Chopin
O compositor e pianista Frédéric Chopin é um dos polacos mais famosos da História e o seu nome está inevitavelmente ligado a Varsóvia, a sua terra natal. A devoção que os varsovianos sentem pelo seu músico motivou a atribuição do nome de Chopin a um aeroporto, a uma marca de vodka e até a um asteroide.
Vários bancos nas ruas da capital têm um botãozinho que, clicando, emite uma melodia de Chopin. A ideia é genial, embora muitos já não estejam a funcionar. Para conhecer a emocionante vida do músico prodígio e as suas obras, recomendo uma visita ao Museu de Fryderyk Chopin.
O acervo dedicado ao pianista inclui mais de sete mil objetos, incluindo partituras originais, um molde da mão de Chopin, o último piano do compositor e diários pessoais. Confesso que esperava mais do museu (sabem aquela história das expectativas elevadas?), mas ainda assim foi uma delícia sentar-me e ouvir os seus noturnos, que são os meus preferidos.
Outro lugar relacionado com o músico é a Igreja de Santa Cruz (Kościół św. Krzyża), na rota real, onde o coração de Chopin permanece, emparedado numa das colunas. A irmã terá transportado o coração às escondidas, desde Paris, onde o pianista morreu, preservando-o em conhaque francês (está provado que o cognac faz bem ao coração). A entrada na igreja é gratuita.
Agora a pergunta que se impõe é: onde assistir a um concerto Chopin em Varsóvia? Bem, de meados de maio até o final de setembro, as obras clássicas de Chopin enchem o Parque Łazienki. Todos os domingos há dois concertos ao ar livre, à sombra do Monumento Chopin, ao meio-dia e às 16h e com entrada gratuita.
Um dos eventos musicais mais antigos da capital, os recitais de piano do Parque Łazienki realizam-se há mais de 60 anos e são mundialmente famosos, em parte porque são protagonizados por grandes pianistas, professores de importantes academias de música e laureados dos mais importantes festivais e competições, incluindo o Concurso Internacional de Piano Fryderyk Chopin, realizado em Varsóvia.
A programação completa dos concertos pode ser encontrada no site da Łazienki Królewskie.
#Curiosidade: o monumento a Chopin, um trabalho inovador de Wacław Szymanowski, proeminente escultor polaco, evoca o músico sentado sob um salgueiro. Inaugurado em novembro de 1926, foi destruído durante a ocupação nazi, altura em que a execução da música de Chopin foi proibida. Somente após o fim da guerra, foi possível recriar a obra.
Mas existem outras opções em Varsóvia. Por exemplo, a Sala de Concertos Fryderyk, no coração da Cidade Velha, apresenta um concerto diário num ambiente inspirado no século XIX. Existem ainda apresentações diárias, que duram cerca de uma hora, na câmara gótica do Castelo Real. Esses recitais têm, cada dia, um intérprete e repertório temático diferente, com introdução e explicação da música.
Parques de Varsóvia e margens do Vístula
O turismo local proclama que metade da área de Varsóvia é ocupada por espaços verdes: existirão uns 95 parques na capital polaca. Os parques Łazienki e Wilanów, o Jardim Saski, o telhado da biblioteca da Universidade e várias joias verdes escondidas ao redor da área de Pole Mokotowskie são exemplos de jardins modernos com um toque histórico.
As crianças ficam doidas com os esquilos do imenso Łazienki, onde decorre o concerto atrás descrito, com extensos bosques, trilhos, laranjais, jardim oriental, parque infantil e ringues desportivos – o Pedro trocou umas bolas no campo de volley com uns miúdos polacos.
No centro, destaca-se um lago artificial com barcos, atravessado pelo Palácio Łazienkowski. Sim, o palácio de verão fica sobre a água e hoje é um museu, onde pode assistir a alguns concertos ou apreciar pinturas da coleção do último rei, Stanisław Poniatowski.
Além disso, a cidade possui dois jardins botânicos e o enorme Parque Nacional Kampinoski é reconhecido e protegido como Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO.
As margens do Vístula também possuem vários recantos simpáticos para uma pausa, nomeadamente praias bastante limpas, avenidas com ciclovias, mirantes e marinas. No verão, as pessoas vão ao Multimedia Fountain Park para assistir a espetáculos de laser inspirados nas lendas de Varsóvia, como a história do basilisco ou da sereia de Varsóvia.
#Dica: é possível fazer um passeio de Galar, veleiro tradicional de madeira, no rio Vístula, vendo a capital de uma nova perspetiva. Este rio atravessa o país, descendo até Cracóvia, e constituiu outrora uma rota comercial importante para o âmbar e outros materiais.
Museus de Varsóvia
Existem museus de muitos tamanhos, temas e feitios na capital polaca: do museu da vodka (Muzeum Polskiej Wódki) ao museu do neón, sem esquecer que existe um museu dedicado à vida e trabalho da polaca duplamente premiada com um Nobel, Marie Curie (Muzeum Marii Skłodowskiej-Curie).
No entanto, não há como escapar ao tema da guerra. A Polónia foi anexada, bombardeada, conheceu guetos e campos de concentração. Neste contexto, destacam-se dois museus na cidade, que estão para Varsóvia como o museu Oskar Schindler está para Cracóvia: uma visita essencial para compreender experiência polaca na era moderna.
O primeiro é o Museu POLIN da História dos Judeus Polacos, que documenta mil anos de história e tradição da comunidade judaica na Polónia, de forma envolvente e interativa. Museu europeu do ano em 2016 e erguido no local do antigo Gueto de Varsóvia, o espaço descreve a si mesmo como local de encontro e diálogo entre “aqueles que estão prontos para enfrentar os estereótipos e opor-se à xenofobia e preconceitos nacionalistas que ameaçam as sociedades atuais”.
O museu POLIN recria o bosque polaco do rei, por onde os judeus chegaram à Polónia; o teto da sinagoga de Gwoździec, partes de uma casa tradicional judaica ou as ruas do gueto de Varsóvia. Também é possível fazer uma visita virtual ao museu.
#Nota: Em Varsóvia existiu o maior gueto de judeus da Europa. Estima-se que as tropas nazis amontassem mais de 445 mil pessoas em apenas cerca de 10 km2, cercadas por um muro, em conduções desumanas.
A história dramática da cidade inspirou ainda o Museu da Revolta de Varsóvia (Muzeum Powstania Warszawskiego), um dos mais visitados da cidade, inaugurado no 60º aniversário da revolta.
O espaço documenta a luta de 63 dias contra as forças de ocupação, uma revolta duramente reprimida, através de uma exposição multimédia, muito interativa, e do filme 3D “A Cidade das Ruínas” que simula um Libertador a sobrevoar Varsóvia em 1945. De resto, uma das principais atrações do museu é a réplica de um bombardeiro B-24J Liberator.
Perto do museu fica o Freedom Park e a parede memorial com os nomes de mais de 10.000 insurgentes que perderam a vida naquela batalha.
Palácio da Cultura e Ciência
Nenhuma viagem a Varsóvia está completa sem uma visita ao terraço panorâmico da torre soviética, conhecida como Palácio da Cultura e Ciência, que mistura um estilo Art Déco e socialista-realista, muito comum após a II Guerra. Pode observar o mesmo tipo de arquitetura no hotel MDM, perto da Praça Konstytucji.
O Palácio da Cultura e Ciência é um dos marcos da cidade e, até recentemente, foi o edifício mais alto do país, com os seus 230 metros. Em 1967, os Rolling Stones tocaram neste edifício mítico, com o qual os polacos mantêm uma relação de amor-ódio, pois é uma recordação imponente do período de ocupação russa.
Visível de muitos pontos da capital, acolhe no interior teatro, cinema, museus, cafés e o principal posto de informação turística. A visita guiada dá acesso aos majestosos salões de baile e de conferências, às escadarias de mármore e ao mirante no 30º andar, com vista para a cidade.
Top 10 de Varsóvia
Segundo o turismo local, o top 10 de Varsóvia inclui:
- Cidade Velha
- Museu Real Łazienki (no parque homónimo)
- Palácio da Cultura e da Ciência
- Museu do Palácio do rei Jan III, em Wilanów
- Warsaw Rising Museum
- Museu Nacional
- POLIN – Museu da História dos Judeus Polacos
- Centro de Ciência Copérnico
- Museu Chopin
- Margens do Vístula
#Dica: a moeda oficial da Cracóvia é o zloty (PLN), palavra significa “dourado”. O seu símbolo é o zl.
Dicas úteis para visitar Varsóvia
Como chegar
Varsóvia fica no centro da Polónia, ligeiramente a leste, e é servida de boas infraestruturas de transporte. Poderá optar por voar diretamente para a capital (aeroporto Frédéric Chopin, Lotnisko Chopina), que tem ligações a partir de várias cidades europeias. Existem duas linhas de comboio, a S2 ou a S3, que ligam o aeroporto ao centro da cidade, um percurso de apenas 8 km (basta comprar o bilhete zona 1).
Se, como nós, viajou para Cracóvia e pretende estender a visita à capital, pode optar por chegar de comboio, carro alugado ou autocarro. Não recomendo o avião, ainda que a companhia LOT assegure vários voos diários, pois se considerarmos o tempo de deslocação para os aeroportos e o custo da ligação, não compensa, nem do ponto de vista do tempo, nem de dinheiro.
O comboio (trem) é, do meu ponto de vista, a melhor opção pois é o mais rápido, confortável e tem um preço competitivo. Há saídas de hora a hora de Cracóvia para Warszawa Centralna, a estação que fica muito perto do Palácio da Cultura e Ciência. No verão de 2023, pagámos 236 zloty por pessoa (cerca de 52€), ida e volta, num comboio rápido (PKP intercity) com wifi e água disponível, numa viagem que demorou cerca de 2h30.
O autocarro é mais barato e também conveniente, pois existem muitas ligações por dia que partem da estação rodoviária central. Os preços variam consideravelmente, podendo ser muito baratos, mas o percurso demora cerca de 4h30.
#Dica: na estação de comboios de Cracóvia existe uma bilheteira especial para estes trajetos intercidades, onde os funcionários falam inglês, o que não acontece nas bilheteiras normais.
Quando visitar Varsóvia
As temperaturas são baixas durante o inverno, a média é de -5° a -1° C (imaginem a temperatura mínima), pelo que recomendo evitar esse período, exceto se tiver boa tolerância ao frio ou quiser conhecer o mercado de Natal de Varsóvia. A capital da Polónia é agradável na primavera, mas tenha atenção aos preços durante a época da Páscoa.
Os meses de verão são, provavelmente, a melhor época para visitar Varsóvia, ainda que possa encontrar boas promoções em setembro e outubro. Os dias são mais longos, o que significa mais horas de luz para aproveitar a cidade. Para além disso, o horário dos museus e monumentos em Varsóvia é prolongado.
A temperatura é sempre moderada – julho é o mês mais quente e as temperaturas não subirão muito além dos 20° C. Conte também com possibilidade de chuva, mesmo no verão.
Onde ficar em Varsóvia
Uma boa localização é importante para conseguir aproveitar todas as atrações turísticas de Varsóvia, que é uma cidade grande e, para isso, a melhor região é Śródmieście, onde fica a cidade velha. Uma dica é procurar um hotel que não fique muito longe da Rua Nowy Świat, que integra a rota real, um lugar movimentado e com muitas opções para comer.
Para quem procura conforto, recomendo três opções 5 *****: o InterContinental Warszawa, a 500 metros da estação central de Varsóvia, o H15 Boutique Hotel, alojamento premiado pela Michelin e pela Forbes em 2018, que fica num edifício histórico que albergou a embaixada soviética nos tempos da pré-guerra. E, por fim, o Warsaw Marriott Hotel, com piscina interior.
O PURO Warszawa Centrum (****) é outra opção charmosa e confortável, ideal para viagens a dois.
Para opções um pouco mais económicas, mas que não fogem muito do centro da cidade, aconselho o ibis Styles Warszawa Centrum (***) com pequeno-almoço incluído, ou o Hotel Metropol (***), em frente ao Palácio da Cultura e da Ciência de Varsóvia.
Para mochileiros e pessoas com orçamento apertado, o Warsaw Hostel Centrum pode ser uma opção de alojamento a considerar – possui dormitórios e também quartos duplos (atenção, não aceitam crianças).
Se preferir um bairro mais tranquilo, pode optar por Praga Północ, do outro lado do rio, mas com ligações de autocarro e metro. O Hotel Hetman (***) e o Hotel Tulip Residences Warsaw Targowa (***) são opções com um bom custo-benefício na margem oposta à cidade velha.
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9 Comentários
Só estive na Polónia em trabalho. conheci Cracóvia (mal) e nada de Varsóvia. Sinto que tenho de voltar.
Numa próxima visita, quero ir a Gdansk, Wrocław e a Zakopane, conhecer as montanhas
Que delícia de post, Ruthia! Me senti visitando Varsóvia junto com você conforme lia. Fico fascinada como cidades como Varsóvia sobreviveram ao longo de séculos, passando por guerras, ocupações e invasões, e ainda assim mantêm sua beleza.
Vários países passaram por grande destruição, durante a II Guerra Mundial, mas a Polónia foi um dos mais afetados. Varsóvia então, nem se fala. Fizeram um trabalho extraordinário de reconstrução
Na minha viagem pela Polônia, fiquei 5 dias em Varsóvia e AMEI! Fiz vários walking tours com temas diversos, conheci o outro lado do rio (bairro de Praga) e passeei na beira do Vístula e nos parques da cidade, mas estava calor demais naquele verão e não tive forças para visitar nenhum museu hehehe Por isso, preciso voltar! Depois que voltei, continuei pesquisando sobre a cidade e vendo filmes e lendo livros que falam de lá e gosto cada vez mais!
Cinco dias é bem mais do que a maioria dos visitantes ficam na capital da Polónia. Fiquei impressionada com a diversidade de walking tours que há por lá
Eu sempre achei a Varsóvia um dos destinos mais lindos e pouco valorizados da Europa. Esse prêmio veio devolver o valor merecido! Tanta e história e tanta beleza merecem ser exploradas por mais e mais viajantes!
Os prémios podem ser simbólicos, mas fazem muito pelo marketing turístico de uma cidade. O mesmo aconteceu com o Porto, em Portugal, em anos recentes
Que cidade incrível que é Varsóvia! Eu já andava com vontade de visitá-la mais uma vez, agora lendo seu artigo fiquei doida pra ir mesmo. Obrigada por compartilhar