Atualizado em 7 Abril, 2021
Na simpática cidade da província de Castilla y León, existe um museu dedicado ao néctar dos deuses. Conheçam o museu de chocolate de Astorga
Contei-vos que no meio da Maragateria fica a antiquíssima Astorga, o cruzamento de vários caminhos de minérios, de fé e misticismo. Falta contar-vos que Astorga é também a cidade do chocolate, produção que atingiu o período áureo nos séculos XVIII e XIX, graças ao cacau que chegava das colónias da América Latina.
Esta dulcíssima e secular arte resultou na venda de chocolate e bombons de todos os tamanhos, sabores e feitios, em todas as lojas de recordações da cidade. Existe até um Museu do Chocolate em Astorga, instalado no palacete de um desses empresários (D. Magín Rubio). Este é um dos muitos edifícios modernistas que enfeitam a cidade, por influência de Gaudí (recordem o palácio episcopal, criado por aquele génio, em Astorga).
Imaginem eu, que nem gosto nada de chocolate, fiz um esforço tremendo para escrever este post sobre o alimento dos deuses. E por falar em deuses, sublinhe-se que o Museu tem a bênção do senhor da Lua prateada e dos ventos gelados “Quetzcoatl”. Diz a lenda que o deus asteca ofereceu aos homens as sementes da árvore sagrada (o cacaueiro) mas, por entregar o alimento divino aos mortais, foi condenado ao desterro.
É por isso que uma escultura em madeira de Quetzcoatl pende, imensa, da caixa de escadas, uma escadaria que desemboca maravilhosamente no primeiro andar, para uma porta trabalhada com ferro e vitrais. Mas adianto-me. Regressemos à entrada, que parece uma lojinha tradicional, para comprar o bilhete e entrarmos na Câmara das Maravilhas.
As Câmaras das Maravilhas eram salões que a nobreza criava nas suas mansões, com todo o tipo de objectos insólitos e raros, para impressionar as visitas, o que originou, de resto, bizarríssimas colecções. Pois, a Câmara do Museu expõe várias colecções de cromos, calendários e outros mimos usados para incentivar o consumo do chocolate (ainda não tinham inventado os ovos de chocolate com brinquedos no interior).
Sabiam que a palavra bombom vem do francês e significa “duas vez bom”? Franceses espertos! E que o chocolate se derrete por volta dos 34ºC, daí desfazer-se na boca? Hmmmm
Sucedem-se depois as salas sobre a origem do cacau, as lendas a ele associadas, o panorama histórico da produção de chocolate bem como a maquinaria usada para esse fim, primeiro de uma forma artesanal e depois industrial. O primeiro andar é dedicado, grosso modo, às famílias chocolateiras de Astorga e materiais publicitários.
Mas o melhor fica para o fim: vamos provar chocolate. Chocolate preto com 71% de cacau da Venezuela? Chocolate preto com 53% de cacau do Equador? Ou chocolate de leite e amêndoas com 41% de cacau do Gana? Não me consigo decidir sobre qual é o meu favorito, portanto vou provar outra vez…
Uma despedida docinha de Espanha, depois de um fim-de-semana feliz com o pequeno explorador.
Museu do Chocolate: 2,5€ adulto / gratuito para crianças com menos de 10 anos (preços de 2017)
15 Comentários
Belo lugar para aprender a controlar a ingestão de calorias rsrsrsssss
É difícil crer que seja necessário incentivar o consumo de chocolate. Só conheço um rabugento que não gosta.
Bonita, mesmo, é a lenda desse Prometeu das Américas…
Gostei demais do post.
Hahaha, verdade. Primeiro foram os queijos, agora os chocolates. Há que caminhar muito, para compensar.
Beijinho, Marta
E não trouxe um pouquinho para enviar para esta apaixonada por chocolate? hehehe
O "bonbon" sabe bem, além de despertar curiosidade quanto à sua transformação e fabrico!
Um tesouro daqueles que nos torna também mais doces, não é? 🙂
Beijinhos, Ruthia!
Na verdade, querida Dulce, só comprei para a minha mãe, já que foi no primeiro fim-de-semana de Maio, quando se comemorou o Dia da Mãe. Nem para mim trouxe, para não continuar a cair em tentação…
Uma postagem mais que deliciosa!
Beijinho doce,Ruthia,
da Lúcia…
Olá Lúcia. Seja bem vinda aO Berço, espero que se sinta em casa. Se tiver algum blog, queira deixar o link, para poder retribuir a sua amável visita.
Ruthia! Que maravilha, heim? Seu pequeno aproveitou!
E eu?! rsss…. ontem fui num shopping aqui perto do trabalho e dei de cara com uma suntuosa loja da Lindt. Claro, entrei. Havia um "garçon" segurando uma bandeja e me ofereceu a cortesia de um bombom dos deuses. OMG!
bjs
Lindt é a minha marca preferida de chocolates. Tão bom!
A gratidão é a memória do coração!
Obrigada querida, pela sua amizade carinhosa, fico feliz
em saber que em algum lugar desse mundo você existe, e
agradeço a Deus pela sua atenção sempre presente e amável!
Um grande abraço, Marie.
Passei pra ver as novidades e já fiquei encantada com esse post. Amo chocolate e visitar museus, imagina então o museu do chocolate 🙂
beijinhos ;*
http://noostillo.blogspot.com.br/
Hummmm, o Pedrinho apanhado em flagrante! Para a próxima, leva-me!
P.S. Há sempre biscoitos caseiros cá em casa. Neste momento, fazem-se metodicamente à 3ª feira e ainda tenho 4 frascos bojudos repletos deles….
em resumo, te convido para vir para Gramado, cidade cujo aroma predominante é… chocolate!! as melhores fábricas, das marcas mais caras até as mais acessíveis, com muito ou pouco cacau, com enormes coelhos em chocolate na Páscoa e lindos gnomos e papais Noel no Natal (bom, no Natal o aroma da cidade se mistura também com o das especiarias da culinária alemã para esta época – canela, gengibre e maçã)… este passeio faço questão de te acompanhar quando vieres para o Brasil.. e claro que com o pequeno e lindo e amado explorador junto!!
bjs
Aliar-se histórias interessantes, lugares pitorescos e sabores imperdíveis fazem a alegria do espírito e do corpo; um caleidoscópio cintilante, Ruthia.
Eu ficaria como vc, indecisa na escolha da procedência dos sabores e pra não perder a oportunidade, provaria todos,huuummm!
Abraços festivos.
Bjs,
Calu
Mais uma encantadora viagem.Adorei!
Hmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm, sinto até o cheiro….
Colocar na minha boca que deve estar 36º e deixar que derreta calmamente….
Menina, que coisa dos deuses!
Passeio dos Deuses!
Querida, assim como você, não sou chocólatra, mas seria um grande prazer poder conhecer os detalhes arquitetônicos e históricos do lugar.
Imagino que o pequeno explorador apreciou muito o passeio, rsrsrs.
Beijos.