Atualizado em 7 Abril, 2021

Salamanca possui ainda uma tradição esotérica muito antiga, ligada a cultos pagãos e rituais mágicos pré-cristãos. Hoje conhecemos um dos seus locais misteriosos: la cueva de Salamanca

Salamanca é descrita como uma cidade sábia. No centro dessa sabedoria alternativa está “la Cueva de Salamanca”, construída sobre um cemitério celta, dizem.

Conta a lenda que a cripta da Igreja ali erguida (em honra de San Crebián ou S. Cipriano) era um centro de ciências ocultas, onde o próprio diabo ensinava magia negra. Nesta escola de saberes mágicos e proibidos, se reuniriam alunos insatisfeitos com o conhecimento “oficial” oferecido pela Universidade.

“Cuenta la leyenda que en este espácio, Satanás, bajo la apariencia de sacristán, impartía sus doctrinas de ciências ocultas, adivinación, astrologia y magia a siete alunos durante siete años, tras los cuales, uno de ellos debía quedar de por vida a sua servicio. Enrique de Aragón (1384-1434), Marqués de Villena, fue alumno de la Cueva de Salamanca y engañó al diablo-sacristán para no quedar a sua servicio a costa de perder su sombra.”

La cueva de Salamanca é conhecida como o covil do diabo
Cervantes é responsável pela fama da cueva de Salamanca
No canto direito, o senhor Cervantes, em parte responsável pela fama de la cueva

A lenda ganhou força graças ao ilustre Cervantes e outros autores espanhóis. Ainda hoje, na América Latina e nas Filipinas, a palavra salamanca significa o local onde as bruxas se reúnem ou, simplesmente, bruxaria.

Isabel, a Católica, mandou “selar” a cueva no século XV, para evitar a atracção popular, usando mais tarde aquelas pedras na construção da Catedral Nova. Fracasso completo. Atraídos pela lenda, curiosidade ou simplesmente porque sim, os turistas continuam a chegar aos magotes, apesar da cueva ser difícil de encontrar como um raio!

Mas sobre Salamanca ainda tenho algo a contar. No próximo episódio…