Atualizado em 3 Outubro, 2021
Alphonse Mucha foi um dos expoentes da art nouveau no século XIX. Aproveitamos a visita ao seu museu em Praga para conhecer melhor a vida e obra do artista
Uma mulher elegante repousa languidamente numa poltrona, devolvendo-nos o olhar sereno de uma pitonisa. Os cabelos longos caem em cascata. As cores, pastel, emprestam-lhe uma expressão contida e um brilho aureolado atrai-nos continuamente o olhar para aquele rosto perfeito. Trata-se da princesa Hyacinth, com a sua bela coroa de estrelas.
Este é um dos muitos trabalhos que tornaram Alphonse Mucha (1860-1939) famoso. Nesta altura, o checo já era muito conceituado na capital francesa, na sequência do seu poster para a peça Gismonda, com a actriz Sarah Bernhardt, que revolucionou o design dos cartazes para teatro da época.
A vida de Mucha
Nos anos em que permaneceu em França, choveram encomendas para ilustrações, cartazes e publicidade. Quando rumou aos Estados Unidos, o “estilo Mucha” estava já definido e era facilmente reconhecível, sendo o artista considerado o expoente máximo da Art Nouveau parisiense.
Para além da sua obra, que celebra a feminilidade e as suas curvas, surpreendeu-me a vida pessoal de Mucha. Nada de infâncias traumáticas (apenas a excentricidade de desenhar antes de andar ou falar), dramas familiares, amores mal resolvidos ou excessos catastróficos.
Não. Mucha teve uma bela mulher, com quem manteve um casamento feliz, e filhos lindos, que lhe serviram de modelo inúmeras vezes. Teve uma vida realizada, viajou, conheceu gente interessante (foi amigo de Gauguin), viu o seu trabalho reconhecido em vida. Quantos artistas não gostariam de uma história assim!?
Aproveitei a minha visita a Praga para conhecer melhor o trabalho deste criador admirável, artista gráfico, pintor, decorador de interiores, fotógrafo e ilustrador. Ele terminou os seus dias pintando intensamente, para concluir a série Slav Epic, quadros monumentais (alguns com 6×8 metros) carregados de uma intensidade dramática, ausente na fase anterior.
Apesar de pequeno, o Museu Mucha merece uma visita, pelo seu bom gosto e pelo documentário sobre a vida do artista. Mas a cidade tem outros vestígios de Mucha, nomeadamente um vitral na Catedral de S. Vito e um edifício inteiro, contíguo à Torre da Pólvora, que decorou de alto a baixo. Passei por ele diariamente, nas idas e vindas do hotel, e parei sempre para o admirar.
Posteriormente, descobri um link da Fundação Mucha, onde se pode descarregar e pintar alguns dos seus desenhos.
Site do Museu aqui | Bilhete: 10€ adulto, 7€ crianças e 26€ bilhete família (para 2 adultos e 2 crianças entre os 6 e os 15 anos). Preços de outubro 2021. | Dica: existe um bilhete conjunto para o Museu Mucha e Museu Kafka, muito mais económico.
17 Comentários
Não conhecia o pintor e adorei, não só as telas como os cartazes.
Obrigada pela partilha.
Um abraço e continuação de uma boa semana
Oi Ruthia
Estou de volta! Praga é sempre um grande prazer visitar!
Quando visitei o Museu Mucha fiquei encantado com o trabalho desse artista, sua delicadeza e o colorido harmonioso. Um artista que tem a cara da cidade. Praga é elegante.
O Acabaou o Caviar? continua vivinho só que sóf arei postagens sobre cultura, entretenimento etc. O Viajando com Jorge fortunato vai ser só para viagens e já está no ar.
beijos
sensacional o teu post…. admiro muito o trabalho dele, que foi inspirador para vários artistas – e o é até os dias de hoje, diga-se de passagem.
Recebeste o e-mail com as fotos?
bjs
minha linda, olha lá no http://tititidadri.blogspot.com.br/2014/09/na-minha-viagem.html… bjs
Adoro o estilo Mucha!
Quanto à questão, se calhar muitos artistas aborrecer-se-iam com a história de vida dele…
Beijocas 🙂
Sim, para alguns esta seria uma vida muito monótona. Mas quantos não gostariam de ver a sua arte reconhecida em vida???
Ah, este foi um dos passeios mais queridos que fiz em Praga.As românticas musas do artista sempre me encantaram.Comprei dúzia de marcadores(rsrssrs) na impossibilidade de comprar uma reprodução maior e, confesso só doei uns quatro 🙂
Uma visita quase etílica ao universo etéreo de Mucha.
Lindíssimo post, Ruthia.
Bjos,
Calu
Ruthia,
Que coisa, eu já tinha visto alguns trabalhos sem saber quem era o artista.
Bjs
Ruthia, gosto de vir ao seu blog porque sempre aprendo alguma coisa! Que artista maravilhoso! Bela postagem! bjs,
Ruthinha, eu não conhecia esse artista Mucha, mas pude perceber que é um criador de belas obras mesmo!!! Achei lindo demais seu trabalho 🙂
Hahaha pior que não estou de regime não, pelo contrário, tô precisando começar me controlar pq sou ansiosa e vou comendo tudo que vejo pela frente rs!!!
Beijos, Té
I'd love to visit here. I've always enjoyed his work. Prague is high on my list of places to visit.
Olá, Ruthia
Em tempos recebi um PPS lindíssimo sobre Praga, que aflorava a obra deste extraordinário artista.
Este teu post complementou, e muito bem, o conhecimento que eu já tinha.
Desde há muito tempo conheço várias destas imagens, que considero LINDAS!, mas desconhecia o autor.
Obrigada pela partilha.
Bom fim de semana.
Beijinhos
Que bela postagem! Nada conhecia sobre o grande artista e me encantei com os trabalhos que apresentou. Aliás, suas fotos são excelentes e podemos observar detalhes das obras. E ainda fiquei feliz por saber que ele teve uma vida considerada normal, recebendo os méritos em vida.
Desejo que sua amiga tenha um ano muito feliz e não deixarei de visitar o link que indicou. Bjs.
Minha querida, esqueci-me de dizer que as imagens são da internet, porque é proibido fotografar no interior do museu.
Um abraço
Oi Ruthia.
Sempre apreciei a Art Noveau, é um trabalho lindíssimo e delicado. Suas informações e dicas são sempre um presente, adorei conhecer Mucha, espero um dia poder viajar para Praga e visitar o Museu, que parece ser mesmo lindo. Parabéns mais uma vez pelo excelente trabalho de informação
Beijos e tenha um lindo fim de semana.
Olá! Boa tarde…
Passei hoje por aqui e permita-me fazer o seguinte comentário:
Excelente, gostei imenso.
Prometo voltar brevemente.
Um abraço de:
Um Raio de Luz e fez-se Luz – Algarve
Ruthia,
Conhecia os trabalhos do artista (por ter "explorado" um pouco a arte em Paris na sua época), mas ignorava os pormenores!
Gostei desta visão original e diferente!
Beijinhos!