Atualizado em 27 Fevereiro, 2023

É provável que a sua viagem à Irlanda comece em Dublin, a capital da ilha esmeralda. Esta cidade abençoada por St. Patrick é uma atracção por si só e merece uma visita atenta. Nós ajudamos com o roteiro 

A Irlanda é um país verde e mágico, onde duendes nos esperam, com ouro, no fim de cada arco-íris, as fadas dançam ao som de flautas, os trevos dão boa sorte e tudo se celebra ao sabor de uma Guiness.

Vamos conhecer a capital do único país no mundo que tem um instrumento musical como símbolo máximo (uma harpa). Dublin é uma cidade vibrante, repleta de pubs com música ao vivo e milhares de estudantes de intercâmbio. O rio Liffey, que outrora trouxe os aterrorizadores vikings, corta-a ao meio e dita uma rivalidade entre norte e sul.

Dublin carrega uma história fascinante, pronta a desvendar, que o poeta de Belfast Louis MacNeice enalteceu em verso. “All her ghosts that walk and all that hide behind her Georgian facades”. Para conhecer o essencial da capital irlandesa precisa, no mínimo, de dois dias. Três é melhor.

Clique nos links para mais informação sobre horários, adapte o nosso roteiro aos seus gostos pessoais e tempo disponível e enjoy!

portas coloridas de Dublin

Dia 1: Trinity College * estátua Molly Malone * Grafton Street * Museu de Arqueologia * Merrion Square * margens do rio Liffey * O’Connell Street * Spire of Dublin * Temple Bar

Começamos este roteiro em Dublin na prestigiada  Trinity College, universidade fundada pela rainha inglesa no final do século XVI. A instituição académica encerra um tesouro inestimável: The Book of Kells.

Reserve online com bastante antecedência, se possível para a hora de abertura, deslumbre-se com os manuscritos em latim decorados com iluminuras, e com a Long Room (em breve um post mais detalhado sobre esta fantástica biblioteca).

Siga a Dame Street para tirar uma foto com a Molly Malone, a vendedora que inspirou a mais famosa canção irlandesa. Se não conhece, clique nos links do youtube, para a versão mais clássica dos The Dubliners ou a mais recente da Sinead O’Connor. De qualquer forma, certamente vai ouvir a melodia durante a estadia na Irlanda.

In Dublin, fair city
Where the girls are so pretty
I first set my eyes
On sweet Molly Malone

Tome depois a Grafton Street, uma das mais importantes artérias pedonais de Dublin, se lhe apetecer pare no Bewley’s Café (lindos vitrais e arte nas paredes) e escolha um dos muitos museus das imediações. Todos eles têm entrada gratuita. Há a National Gallery (arte), o Museu de Arqueologia ou o de História Natural.

Long Room da Trinity College
estátua da Molly malone

Quando terminar a visita, provavelmente terá fome. Se o tempo permitir, faça um piquenique no relvado da Merrion Square, junto da estátua de Oscar Wilde. Ali perto começa a Baggot Street, com uma concentração maravilhosa de portas coloridas.

Reserve a tarde para a margem norte do rio Liffey, talvez atravessando a ponte Samuel Beckett, em forma de harpa. Ali pode visitar o Jeanie Johnston*, um veleiro igual ao que transportou milhares de irlandeses até ao outro lado do Atlântico. Se quiser compreender melhor a época da Grande Fome, sugiro também o EPIC – The Irish Immigration Museum*, ali perto.

Passeando junto à margem cruza-se com o imponente edifício da alfândega e o ultramoderno Centro de Convenções. Na O’Connell Street, onde se realiza o anual desfile de St. Patrick, encontrará ainda The Spire. A polémica agulha de aço inoxidável tem 120 metros e foi erguida para assinalar o novo milénio.

Volte a cruzar o rio e entre no espírito irlandês com uma cerveja no Temple Bar, o pub mais famoso da Irlanda.

Guiness Storehouse em Dublin

Dia 2: Guiness Storehouse – Vault Live – Dublinia – Christ Church – Catedral St. Patrick – Castelo de Dublin – noite de música tradicional

Festejamos um novo dia na casa oficial da Guinness*, a atração mais visitada da cidade. Mesmo que não queira, quando der conta já passaram duas horas, pelo menos.

O edifício tem o formato de um copo de cerveja gigante e permite conhecer toda a história da marca. Cada andar é dedicado a uma parte distinta, no 4º andar aprendemos até a tirar um pint de cerveja perfeito. Podemos carregar depois o nosso copo até ao Gravity bar, que tem uma bela vista panorâmica sobre Dublin.

Dali seguimos para o centro, para um dos programas mais fantásticos de Dublin. O Vault Live* é um teatro imersivo, com seis cenários diferentes, inspirados na história da Irlanda. As personagens interagem com o público para uma experiência inesquecível. Está no meu top 3 de Dublin.

Se o estômago ainda não fizer barulhos assustadores visite ainda a Christ Church*, uma das duas catedrais de Dublin e a mais antiga. Na sua cripta medieval pode encontrar um gato e um rato mumificados, que James Joyce menciona em Finnegans wake, e que localmente chamam de “Tom & Jerry”. Para quem prefere almoçar primeiro, ali perto fica a Queen of Tarts.

Catedral de St. Patrick's
castelo de Dublin

A tarde começa na Catedral de St. Patrick’s*, a linda igreja gótica onde repousa Jonathan Swift, o autor das Viagens de Gulliver. Se só tiver tempo para visitar uma das catedrais, escolha esta dedicada ao padroeiro nacional e personagem fundamental do cristianismo irlandês. O templo tem uma programação musical regular. No dia que visitámos, havia um concerto noturno gratuito. Infelizmente, já tínhamos outros planos.

Há ainda tempo para conhecer o Castelo de Dublin*, que serviu para fins militares, mas foi também prisão, assento da coroa inglesa e parte do parlamento. Ali foi iniciada a rebelião de 1916 e também foi assinada a independência irlandesa.

Infelizmente a Record Tower, a parte mais antiga ainda de pé, está fechada para restauro. Mas é possível conhecer os apartamentos de Estado, com a cadeira presidencial, o salão de banquetes, etc. Quando visitámos, estava patente uma exposição de pintura sobre o modernismo na Irlanda.

Terminámos o dia com um jantar tradicional e música irlandesa no Irish Party House. Há outras opções em Dublin, mas nem todas são adequadas a crianças.


Dia 3: Phoenix Park – Prisão Kilmainham Gaol – Old Jameson Distilery – Leprechaun Museum

Se tem um dia adicional em Dublin, não deixe de explorar o Phoenix Park, numa manhã mais pausada. Afinal, fartou-se de palmilhar nos dias anteriores.

Neste parque imenso (o dobro do Central Park) pode ver de perto uma grande comunidade de veados em estado selvagem, fazer um piquenique ou espreitar a casa presidencial. Os irlandeses adoram o presidente e os seus cães…

Não muito longe fica a Kilmainham Gaol, um lugar dramático e historicamente importante. Nesta antiga prisão foram encarcerados e executados muitos dos participantes das revoluções que conduziram à independência do Reino Unido. No século XIX, durante a grande fome, muitos cometiam pequenos delitos, porque aqui ao menos tinham direito a um prato de comida. Entre eles, várias crianças…

Apesar do peso do lugar, o meu filho gostou muito da visita e até fez perguntas ao guia. Fiquei orgulhosa do Pedrito e dos seus dotes linguísticos.

Para os apreciadores de whisky, vale a pena incluir no roteiro em Dublin a destilaria Old Jameson, para conhecer o processo de produção e a história da marca. Durante a degustação, aprende a diferenciar o whisky irlandês do escocês ou americano. E sai com um diploma de provador oficial.

Havendo tempo, pode ainda visitar o Leprechaun Museum, dedicado aos duendes e outros seres fantásticos enraizados no imaginário irlandês. Ah, como este povo gosta de contar estórias!

Visitas adicionais

Fez o seu roteiro em Dublin e ainda tem mais dias para explorar a Irlanda? Reserve tempo para explorar as paisagens mais bucólicas da ilha esmeralda – montanhas Wiclow, colina de Tara, falésias de Moher… – e dê um saltinho à Irlanda do Norte.

Excursão ao Parque Nacional das Montanhas Wicklow

Excursão ao Túmulo de Newgrange e Colina de Tara

Excursão Game of Thrones® e Calçada dos Gigantes (Irlanda do Norte)

Nota: todos os museus e atrações assinalados com * têm entrada gratuita com o Dublin Pass. Eu comprei o cartão por uma questão de economia mas, depois de o utilizar, garanto que a maior vantagem é mesmo o acesso direto. A maior parte dos monumentos tem filas enormes para comprar bilhete.