Atualizado em 8 Junho, 2024

O MoMa NY é uma referência no mundo da arte. Com seis pisos e mais de 200 mil obras-primas, o assombroso museu pode ser saboreado de muitas maneiras

Com uma constelação de supernovas artísticas dos séculos XX e XXI, o Museu de Arte Moderna de Nova York, aka MoMA, é um dos mais visitados de Nova York. Isto numa cidade que leva cultura a sério e possui uma infinidade de museus muito bons: MET – Metropolitan Museum of Art, Guggenheim, Cloisters Museum, American Museum of Natural History, museu da cidade e dezenas de outros.

Completamente renovado em 2019, o MoMA possui um dos acervos de arte moderna e contemporânea mais importantes do mundo, com quase todos os ícones dos movimentos artísticos ali representados.

Warhol, Van Gogh, Pollock, Picasso, Monet e Dali,  Mondrian e Kandinsky (para mencionar apenas alguns). You name it… até os leigos vão reconhecer algumas das telas mais famosas dos livros de história.

Quando estávamos a planear o nosso roteiro em Nova York, o meu filho disse que tinha dois must-sees: “A noite estrelada” de Van Gogh e o museu de história natural. Foi com muito prazer, e uma pontinha de orgulho, que lhe fiz a vontade. Até porque, como sabem, adoro um museu e logo acrescentei uma tela de Matisse, outra de Frida Kahlo e também um Dalí como pretextos adicionais.

#Curiosidade: sabia que o MoMA possui outros locais em Nova York? Existe uma extensão do museu no bairro de Queens, originalmente separado, mas que se fundiu com o famoso museu em 2000. Atualmente chama-se MoMA PS1 e concentra-se exclusivamente na arte moderna desde meados de 1900 até hoje.

Breve história do museu

O MoMA já nasceu a romper convenções. No final da década de 1920, três colecionadoras influentes quiseram desafiar o conservadorismo dos museus tradicionais, criando uma instituição dedicada apenas à arte moderna.

O Museu de Arte Moderna de Nova York abriu portas em 1929, com a pretensão de ser o maior museu de arte moderna do mundo. A resposta do público foi tão positiva que, ao longo da primeira década, o museu mudou para instalações maiores três vezes. Finalmente, em 1939, passou a ocupar o atual edifício no centro de Manhattan.

Hoje, o museu conta com vários departamentos: arquitetura e design, cinema, vídeo e fotografia, pintura e escultura, desenhos e gravuras e livros ilustrados. E a coleção, rica e variada, é uma das mais abrangentes em arte moderna.

Mantendo-se fiel ao seu propósito inicial de funcionar como uma instituição de ensino, ele oferece um programa completo de atividades, de palestras a atividades especiais para pais, professores, famílias, estudantes, crianças, etc.

#Dica: se vai visitar o MoMA com crianças, procure a visita guiada familiar ou peça um áudio-guia voltado para o público de 5-12 anos (gratuito).

Pontos altos do MOMA

Com seis andares de galerias e milhares de obras de arte, pode ser um desafio navegar pelo grande museu e encontrar obras importantes. Mas não tema: compilamos uma lista de algumas das obras de arte mais importantes do MoMA.

Acima do 5º andar ficam as exposições temporárias, que recomendo apenas para os verdadeiros entusiastas de arte, ou para quem tenha muito tempo na cidade, até porque exigem um bilhete extra.

Quinto andar: os impressionistas

  • a icónica Noite Estrelada (1889, na galeria 1), de um dos pintores mais conhecidos de todos os tempos.  A obra retrata o céu turbulento de Saint Rémy, onde Van Gogh foi confinado num asilo para doentes mentais durante seus últimos dias. Acredita-se que a energia turbulenta do céu, as cores intensas e as estrelas explodindo evocam o estado emocional de Van Gogh.
  • O Banhista de Paul Cézanne (galeria 1), uma das pinturas mais evocativa do autor. Na mesma galeria, encontra também o seu Autorretrato com Chapéu de Palha.
  • A Semente do Areoi (galeria 1), uma das melhores pinturas da excursão de Gauguin ao Taiti, retratando um paraíso livre da corrupção da Europa moderna.
  • Les Demoiselles d’Avignon (galeria 2) de Pablo Picasso. A obra apresenta cinco prostitutas nuas e rompe totalmente com a composição e a perspetiva tradicionais. Existem várias telas e desenhos de Picasso no MoMA, para os fãs do cubista, mas devo dizer que nenhuma bate a Guernica, que conhecemos no Museu do Prado, em Madrid.
Picassos para todos os gostos no MoMA.

  • Eu e a aldeia (galeria 3), de Marc Chagall. A pintura evoca a aldeia russa da infância de Chagall, onde camponeses e animais viviam em harmonia, usando ângulos e linhas inspirados no cubismo.
  • Dança I (galeria 6) de Henri Matisse, um estudo composicional para a tela que está exposta no Museu Hermitage em São Petersburgo.
  • Nenúfares ou Water Lilies (galeria 9) de Monet, inspirado nos seus bem-amados jardins de Giverny, que já tivemos o prazer de conhecer.
  • Persistência da Memória (1931, galeria 12), do catalão Salvador Dalí, uma das telas mais simbólicas do surrealismo. O tempo é central nesta peça sombria, com relógios derretidos, formigas e um objeto grotesco no centro que evoca o perfil do rosto do artista.
  • Autorretrato com cabelo cortado (1940, galeria 17), de Frida Kahlo. Cabelos espalhados pelo chão e roupas masculinas marcam um afastamento das autorrepresentações anteriores da pintora, com vestidos e flores.

Quarto andar: mestres de meados do século XX e além

  • A gigante e enérgica One: Number 31 (1950, galeria 16) de Jackson Pollock, o expressionista que ocupa uma parede inteira no MoMA. A peça apresenta respingos de diversas cores sombrias que, de alguma forma, transmitem uma sensação de desconforto e urgência.
  • Campbell’s Soup Cans (1962, galeria 19) de Andy Warhol, o famoso artista pop. As suas latas de sopa são uma série de 32 pinturas do principal produto da Campbell Soup Company, que o artista comia frequentemente ao almoço. O trabalho simples e marcante foi impresso em massa em vários tipos de mercadorias ao longo dos anos.
  • Drowning Girl (galeria 19) de Roy Lichtenstein, inspirado, como muitas das obras do artista, numa imagem retirada de uma banda desenhada (livro de quadrinhos, para os leitores brasileiros).

Do terceiro ao primeiro andar encontra obras mais recentes e, não raras vezes, incompreensíveis. O própria MoMA faz uma lista das obras imperdíveis mais recentes, que incluem um trabalho da brasileira Tarsila do Amaral.

#Dica:  Vá direto até o 5º andar e avance pelas galerias em ordem numérica. Isso permite que você avance cronologicamente através do desenvolvimento da arte moderna.

Bilhetes para o MOMA Nova York

O melhor conselho a dar a futuros visitantes do MoMA é o de comprar bilhetes antes de chegar a Nova York. A entrada no museu é feita através de agendamento prévio e, embora seja possível conseguir disponibilidade no próprio dia, também pode acontecer ficar na rua, depois de esperar muito tempo na fila da bilheteira.

A reserva antecipada garante um horário exato e permite que planear o resto da sua viagem com tranquilidade, para além de ser um pouco mais barato. E não se preocupe, porque depois de entrar, pode ficar no museu o tempo que quiser/puder. Pode comprar a entrada online no site do museu, recebendo o bilhete por email.

Também pode usar um dos passes turísticos de Nova York (nós escolhemos o City Pass, como explicamos no nosso Roteiro em Nova York | guia de viagem à big apple), já que o MoMA esta incluído em todos eles. Depois de comprar o passe escolhido, deve agendar o horário na mesma.

Atenção: idosos e estudantes têm desconto na entrada e crianças menores de 16 anos não pagam, mas devem, ainda assim, agendar o horário da visita.

Arte contemporânea por vezes confunde-se com espanadores do pó.

#Nota: atualmente não existem horários gratuitos para entrada no MoMA, para visitantes estrangeiros (apenas residentes da cidade), mas isso pode alterar a qualquer momento. Por favor, confirme todas as informações no site oficial.

Visitas guiadas no MoMA

Como todos os museus de referência, o MoMA oferece visitas guiadas por historiadores de arte e, para além disso, tours exclusivos antes ou depois do horário comercial (9h30 às 10h30 e 17h30 às 18h30), que permitem uma visita mais intimista.

As visitas estão disponíveis em várias línguas e podem ser personalizadas, com preços que vão desde de US$ 50 para adultos, US$ 45 para idosos, US$40 para estudantes universitários, US$ 28 para crianças e US$ 22 para estudantes de universidades selecionadas (inclui o custo de admissão)*. Os tours antes ou após o horário comercial são, naturalmente, mais caros.

* Preços de 2024. Existem também preços especiais para grupos maiores e escolas.

#Dica:  Não se esqueça de passar pela loja do museu, que tem uma variedade de souvenirs, objetos de designers, e muitos e excelentes livros de arte.

Como chegar ao MOMA em Nova York

O Museu de Arte Moderna em Nova York fica no centro de Manhattan, numa região chamada de Midtown, perto da escultura LOVE, que foi criada no âmbito das atividades do museu.

O Museu de Arte Moderna está localizado na rua 53, entre a 5ª e a 6ª Avenidas, sendo acessível através das linhas de metro E e M com paragem na 53rd Street, ou linhas B, D e F com paragem na 47th-50th Street/Rockefeller Center.  Os autocarros M1, M2, M3, M4, M5 e BXM6 possuem igualmente paragens próximas do museu.

  • Morada: 11 West 53 Street, New York, NY 10019

#Horário: o MoMA funcionar entre as 10h30 às 17h30, sete dias por semana, fechando um pouco mais tarde ao sábado.

Para mais informações sobre as exposições, eventos e políticas do MoMA, consulte o site oficial. Existe também um aplicativo móvel gratuito com fotos, texto e segmentos de áudio da coleção.

Este artigo artigo integra o projeto coletivo 8on8, que une diversos blogs sob um único tema, no dia 8 de cada mês. Outros participantes neste tema “Museus” são: