Roteiro em Nova York | guia de viagem à big apple

Atualizado em 25 Janeiro, 2024

Nova York, a selva de cimento onde são feitos os sonhos, não se dá a conhecer em poucos dias. Comecemos pois, devagar, a desvendar o mundo que esta cidade encerra com um guia sobre a “grande maçã” destinado a quem a visita pela primeira vez

New York, Nova York ou Nova Iorque, é a cidade mais populosa dos Estados Unidos da América. Fundada por colonos holandeses no século XVII e rebatizada pelo duque de York, deixou de ser capital em 1790, mas continua relevante e imponente.

Não só é a cidade americana que recebe mais turistas, como um dos principais destinos turísticos do mundo, com uns estrondosos 50 milhões de visitantes ao ano. Nova York possui o maior número de bilionários residentes e está entre os principais centros financeiros, diplomáticos, comerciais e culturais do planeta. NYC dispensa, de facto, apresentações. A cidade que nunca dorme é feita de vários olhares, culturas e contrastes, num melting pot que mistura tradições locais e legados de imigrantes.

Chegados à ilha de Manhattan, a linha obstruída por arranha-céus, as ruas percorridas por táxis amarelos, os passeios repletos de gente apressada, podemos ficar assoberbados se o roteiro não estiver já planeado. Ou podemos trautear a famosa melodia da Alicia Keys, felizes por tudo o que a cidade tem para oferecer, do gigante Central Park à miss Liberty que continua a erguer a tocha da esperança, dos néons da Times Square às ruelas de Chinatown, das montras luxuosas da 5ª Avenida aos clubes de jazz.

Depois de muitas e boas dicas para ajudar o planeamento de uma viagem a Nova York, deixo uma sugestão de roteiro, para cinco e sete dias, que pode, e deve, adaptar à sua realidade pessoal, preferências e orçamento. Como sempre, clique nos links oficiais, para mais informação acerca de preços e horários.

Dados gerais sobre Nova York

• Localização: a cidade fica no estado de Nova Iorque, no nordeste dos Estados Unidos, entre Washington D.C. e Boston. Divide-se em cinco regiões: Manhattan, Brooklyn, Queens, The Bronx e Staten Island. Todas, à exceção do Bronx, ficam num conjunto de ilhas na foz do rio Hudson. 
• Fuso horário: existem vários fusos horários nos EUA, sendo que Nova York está no Eastern Time Zone do país, o que significa -5h que o Greenwich Mean Time (de Lisboa, por exemplo)
• Código telefónico: + 1 212
• Voltagem: 110 V. Tenha atenção que as tomadas elétricas são diferentes das usadas na Europa – compre um adaptador.
• Internet: existem redes de wifi em várias lojas e restaurantes, mas optei por usar o eSIM da Holafly com internet ilimitada para 7 dias. Funcionou muito bem.
• Língua: inglês, mas muitos funcionários de lojas e restaurantes falam espanhol.
• Moeda: dólar

#Dica: saiba que alguns estabelecimentos só aceitam dinheiro vivo, vá-se lá saber porquê. Algumas lojas têm ATM (caixa eletrónico), mas cobram uma sobretaxa por cada levantamento, que acresce ao valor cobrado pelo seu banco. Nós usamos o Revolut para todos os pagamentos com cartão.

Segurança e saúde

Nova York é, possivelmente, a metrópole mais segura da América, mas isso não significa que possa deixar o bom senso em casa. Utilize sempre empresas licenciadas para quaisquer serviços (por exemplo, táxis). O site nycgo.com e o Better Business Bureau informam que empresas são legítimas, mas pode também pedir informações no seu hotel.

A contratação de um seguro de viagem não é obrigatória, mas é altamente aconselhável, pois os serviços de saúde nos EUA são exorbitantes. Lembra-se da notícia de um português que sofreu um aneurisma e teve que pedir ajuda, porque não tinha meios para pagar a conta astronómica? Sério. Contrate um seguro de viagem.

Nós usámos o Iati Mochileiro, que assegura uma elevada cobertura para assistência médica no estrangeiro (300 mil euros). Felizmente, não houve necessidade de o testar.

Visto ou ESTA

Ao contrário dos cidadãos brasileiros, que precisam obrigatoriamente de visto, os portugueses beneficiam de isenção de visto para estadias nos EUA até 90 dias, bastando fazer um pedido de autorização chamado Eletronic System for Travel Authorization (ESTA), no website oficial, até 72 horas antes da data de partida. 

Aconselho a fazer com alguma antecedência pois, se por algum motivo for recusado (por exemplo se visitou Cuba, Irão, ou alguns outros países), será necessário iniciar o processo de visto na embaixada em Lisboa, o que exige uma entrevista que demora a ser conseguida.

O ESTA pode ser feito individualmente ou para um grupo de viajantes, mediante o pagamento de uma taxa de $21 USD por pessoa (2024), e tem validade de dois anos – ou menos, se o passaporte entretanto expirar. É válido para qualquer destino americano durante esse período.

Quando visitar NYC

Nova York “oferece” calor no verão (máximas acima dos 30°C em agosto) e muito frio no inverno (média de -3°C entre dezembro e janeiro, com possibilidade de neve), sendo maio e novembro os meses mais chuvosos. Nós estivemos lá em dezembro/janeiro e a meteorologia foi muito simpática connosco.

Setembro pode ser uma boa escolha em termos de temperaturas, ainda que coincida com vários jogos, com consequências nos preços dos hotéis. Saiba, contudo, que Nova York tem atrações o ano todo e um calendário de eventos riquíssimo que inclui:

• Abril a outubro: basebol  (a época às vezes começa no final de março). As maiores equipas da cidade são os Mets e os Yanks
• Junho: Pride Week
• Agosto: Shakespeare in the Park, com produções teatrais gratuitas ao ar livre
• Agosto a setembro: US Open de ténis
• Setembro: hóquei no gelo NHL
• Setembro a dezembro: futebol americano NFL
• Outubro: começa a época do basquetebol
• Novembro: saldos (Black Friday no final de mês) e maratona de Nova York

Chegar a Nova York

Para chegar a Nova York a partir de Portugal encontrará duas opções de aeroportos: o John F. Kennedy International Airport (JFK) e o Newark Liberty International Airport (EWR) em Nova Jersey, existindo um terceiro, LaGuardia (LGA), sobretudo usado para voos com escalas noutras cidades americanas.

A cerca de 25 km de Manhattan, o JFK é a porta de entrada mais frequente no país e também a que oferece ligações mais rápidas e cómodas ao centro da cidade. A opção mais cara para chegar à cidade é o táxi, que tem uma tarifa fixa (70 dólares no início de 2024), à qual é preciso adicionar portagem, gorjeta e eventuais taxas de hora de ponta. O preço do Uber não é muito diferente, bastando usar a app que já tem. 

Existe ainda a opção de carrinha partilhada (da ETS Airport Shuttle por exemplo) que o deixa em frente ao hotel, ou o autocarro Trans-Bridge Bus Lines, mas com horários bastante limitados.

Nós usamos o Airtrain JFK (mapa abaixo), que une todos os terminais do aeroporto e as linhas de metro e comboio, na Jamaica Station, durante 24 horas e 365 dias por ano. O pagamento de $8,25 por pessoa faz-se à saída do Airtrain, com cartão bancário ou MetroCard, disponível no quiosque ou nas máquinas automáticas.

Depois é só apanhar o metro ou o comboio da Long Island Rail Road (LIRR), com estação final na central Penn Station, dependendo da localização do seu hotel. Pode comprar bilhete no interior do comboio, mas o preço será $5.75-$6.50 superior ao preço do bilhete comprado numa máquina automática ou bilheteira. Acrescente-se que o trajeto de metro fica sempre mais barato.

Deslocar-se em  NYC

Nova York convida às caminhadas, com o seu relevo plano, organização de ruas por números (até chegar ao lower Manhattan) e avenidas orientadas do norte para o sul. Para distâncias mais longas, use o metro ou o autocarro da Metropolitan Transportation Authority (MTA), sistema que tem uma impressionante rede com 469 estações.

Nós comprámos um MetroCard para sete dias, com viagens ilimitadas, por $34 USD por pessoa, mas é possível carregar por quantidade de viagens, com um mínimo de duas, sendo que cada trajeto custará $3,25, sem possibilidade de acumular metro e autocarro no mesmo bilhete.

Atenção que existem linhas de metro normais e linhas expresso, que pulam várias paragens, tornando a viagem mais rápida. Não apanhe uma linha expresso sem verificar previamente que pára onde deseja, sob pena de duplicar ou triplicar um percurso de 10 minutos.

O eSIM da Holafly foi muito útil neste aspeto, ao permitir calcular, em tempo real, o melhor metro/autocarro para o lugar que procurávamos.

#Nota: crianças com menos de 44 polegadas (cerca de 1,11 m) não pagam bilhete no metro e autocarro, se acompanhadas por um adulto pagante. Limitado a três crianças por cada adulto.

Passes para atrações de NYC

As atrações e monumentos são caros, sendo sempre mais económico comprar um city pass. A escolha do passe dependerá do número de dias que permanece na cidade e do tipo e número de atrações que quer incluir no seu roteiro em Nova York. Existem vários passes diferentes na cidade. 

O New York Pass inclui quatro observatórios (Empire State Building, Top of the Rock, One World Observatory e Edge), um passeio hop-on hop-off, um jogo de basebol dos Yanks e vários walking tours, com um preço a partir de $149/adulto para um dia.

O Go City New York inclui duas opções: o All-inclusive pass por $159/adulto, que permite visitar quantas atrações quiser num único dia, ou o Explorer pass, que lhe permite escolher quantas atrações quer ver, sendo que cinco custam $209 e pode visitá-las num período de 60 dias. O NYC Borough Pass destina-se a quem pretende incluir outros bairros para além de Manhattan no roteiro. O preço começa nos $79, para um dia e 10% desse valor destina-se a projetos comunitários.

O Sightseeing Pass poderá ter o melhor custo-benefício, se pretender fazer muitas visitas, já que inclui mais de 150 atrações, incluindo os quatro observatórios anteriormente mencionados e algumas visitas exclusivas como o jardim zoológico do Central Park ou o museu da Broadway. Custa $144 por pessoa para um dia, ou $314 para cinco dias.

Como fizemos vários programas alternativos, optei pelo City Pass, por $138/adulto, que incluía cinco atrações visitáveis ao longo de nove dias: duas obrigatórias (Empire State Building e American Museum of Natural History) e três opcionais. Para além destas, comprámos entrada para o MoMA e fizemos uma visita guiada na sede das Nações Unidas, que não está incluída em nenhum dos passes.

#Nota: seja qual for o passe escolhido, após a sua compra, importa reservar dia e hora nas atrações mais populares. É o caso do Empire State Building, dos museus e do ferry para a estátua da Liberdade.

Museus em Nova York

A cidade de Nova York possui um conjunto de museus importantes  impressionante. São mais de uma centena à escolha, alguns dos quais com um valor de entrada sugerido (paga o que puder).

Os cinco mais visitados são o Metropolitan Museum of Art (MET), o American Museum of Natural History, com os seus esqueletos de dinossauro e mais de 40 galerias para explorar riquezas naturais e o universo, o MoMA – Museum of Modern Art, o Solomon R. Guggenheim num belo prédio projetado pelo arquiteto Frank Lloyd Wright, e o Intrepid Sea, Air and Space Museum.

O MET possui um acervo artístico com mais de dois milhões de objetos que abrange cinco mil anos de história – incluindo o Templo de Dendur, transportado do Egito para um salão envidraçado com vista para o Central Park.

No MoMA encontra vários ícones da arte moderna, dezenas de peças assinadas por Picasso e obras-primas como A Noite Estrelada de Van Gogh, a Persistência da Memória de Salvador Dalí (célebre quadro dos relógios), as latas de sopa de Andy Warhol e os Nenúfares de Monet, que já andávamos a namorar desde a nossa visita à casa do pintor em Giverny.

Broadway e Jazz

Nova York é sinónimo de jazz e espetáculos musicais, que se concentram na Broadway, a rua que divide ao meio a ilha de Manhattan, entre a 42^nd e a 54^th Streets, e onde se concentram mais de quarenta teatros. Com produções fabulosas, os musicais merecem cada cêntimo gasto: nós assistimos ao Moulin Rouge no Al Hirschfeld Theatre e adorámos.

#Nota: os cruzamentos da Broadway com as diferentes avenidas dão lugar a conhecidas praças, sendo a mais importante a Times Square.

Se tiver um orçamento apertado e um espetáculo da Broadway for uma extravagância impossível, saiba que existem outras opções, desde musicais off-Broadway (em teatros mais pequenos), óperas, cabarés, peças de teatro, shows burlescos, stand-up comedy. Para apresentações mais eruditas, como ópera e ballet, pesquise a agenda do Lincoln Center, na 65^th Street.

Para economizar na Broadway, procure uma bilheteira da TKTS, que vende entradas com desconto para a maioria dos espetáculos. Nós conseguimos poupar 40% no preço dos bilhetes para o Moulin Rouge, comprando no próprio dia. Claro que, se quiser muito assistir a um espetáculo em particular, corre o risco de estar esgotado ou apenas encontrar lugares separados.

Se visitar a big apple nos meses de janeiro e setembro, aproveite as promoções da NYC Broadway Week, que permite comprar dois bilhetes pelo preço de um para vários espetáculos, incluindo The Lion King and Wicked. Em fevereiro e outubro, será a vez de aproveitar a NYC Off-Broadway Week, com o mesmo tipo de promoções para espetáculos menos conhecidos.

Existem igualmente muitas opções de jazz na cidade, mas se não pretende vender um rim, espreite a agenda de jazz do Lincoln Center. O concerto ao vivo decorre no Dizzy’s Club, num quinto andar com vistas para o skyline de Manhattan, perto do Central Park. Comprámos os bilhetes de um dia para o outro, pelo que já não foi possível reservar uma mesa. Para além do preço do bilhete, existe um consumo mínimo por pessoa: nós aproveitámos para jantar.

Visitar NYC com crianças

Ainda que Nova York seja um destino frenético, pode proporcionar momentos em família memoráveis. No verão, usem e abusem do Central Park e outros espaços verdes da cidade (por exemplo, parques infantis como Billy Johnson, Toll Family e Heckscher). No inverno, divirtam-se nas várias pistas de gelo espalhadas pela cidade.

No quesito museus, o Museu Americano de História Natural é sempre uma aposta ganha – o difícil será arrastar as crianças de lá – mas pode incluir ainda o Museum of Ice Cream ou o Intrepid Sea, Air & Space Museum, conjunto museológico instalado num porta-aviões, onde pode conhecer um submarino, um jato supersónico e um space shuttle.

É preciso incluir também os clássicos: a estátua da Liberdade, o Empire State Building ou a Times Square, onde existem várias lojas interessantes como a M&M’s (não esquecer também a Lego da 5ª Avenida). Há também vários musicais apelativos para os mais novos, com destaque para Aladdin ou The Lion King. Em breve prometemos um artigo mais detalhado para quem visita Nova York com crianças.

#Nota: o Big Bus, com serviço hop on hop off, pode ser interessante quando as crianças estão cansadas de caminhar.

Noite em NYC

Acreditamos que Nova York nunca dorme ao final da tarde, quando elegantes bares de hotéis, rooftops e cervejarias artesanais começam a encher. Que tal um divertido passeio noturno por bares históricos e clandestinos de Nova York, que permite conviver e beber um copo, enquanto aprende acerca da história da Lei Seca?

Bares e clubes de bairro como West e East Village, além de Wiliamsburg (Brooklyn), costumam atrair artistas iniciantes e muitas vezes promissores. Se quer dançar, o Avant Gardner (East Williamsburg), o Nowadays (Ridgewood), o Elsewhere (em Bushwick) e o Wiggle Room (East Village) estão entre os night clubs mais badalados da cidade.

Compras

Há quem não prescinda de umas comprinhas durante a estadia em Nova Iorque. Se quiser comprar online com entrega no hotel, saiba que a maioria dos alojamentos cobra uma taxa por pacote recebido. A Amazon possui a opção de entrega em locker (que abre com o código fornecido pelo sistema da Amazon), normalmente num 7Eleven ou outra loja aberta durante 24 horas.

Se procura produtos de luxo e joias, a Madison e a 5ª Avenida são o lugar certo. Já artesanato e roupa vintage são mais comuns na zona do SoHo (a sul da Houston Street), East Village, Lower East Side e Bushwick (Brooklyn).

Depois de ter encerrado portas durante a pandemia, a department store Century 21 (Cortlandt Street, em frente ao World Trade Centre) é novamente paragem obrigatória. A Burlington’s Coat Factory, a TJ Maxx e a Marshall’s seguem a mesma filosofia, de marcas conceituadas a preços (mais) simpáticos, por serem de coleções passadas.

Fora de Manhattan, há alguns outlets e shoppings populares:

• Woodburry Common Premium, a 80 km de Manhattan, é ao ar livre e possui mais de 250 lojas. É possível lá chegar de autocarro, através da Gray Line.
• The Mills at Jersey Gardens é um outlet coberto, com mais de 200 lojas, apenas a 8 km do aeroporto Newark, podendo ser alcançado de autocarro que sai da Port Authority Bus Terminal.
• Bergen Town Center, em New Jersey, possui uma área coberta e outra ao ar livre.
• Queens Place Mall, a 12 km do centro de Manhattan, é famoso por incluir o outlet da Macy’s. Quase colado encontra outro centro comercial chamado Queens Center.

Comer em NYC

Das roulottes de cachorros-quentes e pretzels a restaurantes sofisticados, há muita oferta gastronómica em Nova York. Durante o verão, é comum almoçar-se na rua depois de passar num deli, até porque uma refeição no restaurante fica mais cara (não se esqueça de acrescentar cerca de 20% de gorjeta).

A cidade também é famosa por reunir uma enorme quantidade de restaurantes étnicos, com destaque para especialidades chinesas, indianas (veja-se o aclamado Hyderabadi Zaiqa), italianas e tailandesas, com destaque para o recente Bangkok Supper Club, na Hudson Street.

A lista de clássicos inclui o Carmine’s (italiano perto da Times Square) e o Ferdinando’s Focacceria (siciliano no Brooklyn fundado em 1904), o Balthazar (restaurante francês no SoHo), o Grand Central Oyster Bar (frutos do mar, no piso inferior da Central Station) ou o Russ & Daughters Café (o restaurante principal fica na Orchard Street) com comida israelita, incluindo o tradicional bagel recheado com cream cheese e salmão fumado.

#Dica: se visitar a cidade durante a NYC Restaurant Week, aproveite para almoçar ou jantar em restaurantes de classe mundial, por um preço fixo.

Se pretende festejar alguma ocasião especial, saiba que a cidade teve 18 restaurantes com estrelas Michelin em 2023, destacando-se Eleven Madison Park (Madison Avenue), Chef’s Table at Brooklyn Fare (431 W. 37^th Street) e Le Bernardin (155 W. 51^st Street), com três estrelas cada um.

Se, como eu, privilegia lugares com comida orgânica, procure um Whole Food Market (com sopas maravilhosas), a Sweetgreen e a rede Le Pain Quotidien, com sanduíches, saladas, quiches e afins. Por fim, para poupar um bocadinho mas comer bem, recomendo as cadeias Shake Shack (inclui um delicioso hambúrguer vegetariano) e o mexicano Los Tacos nº 1.

Para a sobremesa, nada como os bolos maravilhosos da Zeppola Bakery (Times Square) que também possui um café expresso decente, o que é difícil de encontrar na cidade, e os donuts da Krispy Kreme. Experimentámos um pequeno-almoço tipicamente americano no popular Andrews NYC Diner, mas não ficámos fãs – o meu filho diz que as minhas panquecas são bem melhores.

#Dica: leve uma garrafa reutilizável como fazem os nova-iorquinos. A cidade orgulha-se da pureza da sua água potável. Aliás, a água da torneira excede os níveis de segurança de várias marcas de água engarrafada; nos restaurante peça “tap water”.

Hospedagem em Nova York

Escolher alojamento em Nova York não é das tarefas mais simples, já que a cidade é enorme e as ofertas são mais que muitas. A hospedagem na cidade não é propriamente barata; aliás, desconfie de valores muito baixos.

Grande parte das atrações turísticas fica na região central de Manhattan, ou Midtown, portanto, se escolher um hotel entre o Central Park e a Times Square, Hell’s Kitchen e Midtown East (regiões menos turísticas), Penn Station e 34th Street, estará bem localizado.

Algumas boas opções são o Moxy NYC Chelsea (****, foi aqui que ficámos) e o Homewood Suites (***, Midtown West), ambos com pequeno-almoço incluído na tarifa, o Carnegie Hotel (****) bastante perto do Central Park, ou o Omni Berkshire Place (****), perto da catedral de St. Patrick.

Como o ideal nem sempre cabe no orçamento, há quem escolha regiões fora de Manhattan, bem mais económicas: Long Island City (Queens) ou Williamsburg (Brooklyn). No primeiro caso, o bairro está na mesma altura que Midtown e fica a 10-15 minutos de metro da Times Square. Já Williamsburg é praticamente um prolongamento do sul da ilha. Não recomendo, de todo, optar por New Jersey, que fica noutro Estado e, por isso, o transporte não está incluído no MetroCard nova-iorquino.

Roteiro para 5 e 7 dias em Nova York

Cinco dias é o mínimo que considero necessário para uma primeira experiência em Nova York, com alguns museus, pelo menos um observatório, os clássicos da cidade e algum tempo para desfrutar de Brooklyn. No inverno, visite os museus logo de manhã, quando as temperaturas são mais baixas.

Roteiro para 5 dias

O primeiro dia permite aquela sensação de estar na grande e frenética Nova York. Começamos na famosa Times Square (onde havemos de voltar, para a ver toda iluminada), antes de mergulharmos na arte do MoMA. Depois descemos até ao Bryant Park, que no verão permite descansar um pouco na relva e no inverno aproveitar as barraquinhas de comida e a pista de gelo. Ao lado fica a Biblioteca Pública de Nova York, linda, histórica, com mais de 55 milhões de livros e entrada gratuita.

Dali seguimos para o imponente Grand Central Terminal – descendo ao piso inferior para testar a galeria dos murmúrios -; ainda nessa tarde conhecemos a Catedral de St. Patrick (entrada gratuita) e o Rockefeller Centre, onde brilha e gigante árvore de Natal que se vê nos filmes. O complexo inclui um dos observatórios de Nova York (Top of the Rock, no 70º andar do Comcast Building), que acho prescindível.

A visita ao Empire State Building é muito mais envolvente, explicando a história deste edifício emblemático que, durante muito tempo, foi o mais alto da cidade. Que tal assistir ali ao pôr do sol?

É verdade que falta a vista para o próprio Empire State, pelo que uma alternativa é um dos novos observatórios da cidade, ao pé da Central Station, e que proporciona uma visita divertida com as suas salas dos espelhos e de balões: o Summit One Vanderbilt.

#Nota: A única forma de conhecer alguns espaços de leitura e pesquisa da biblioteca de Nova York é através da visita guiada, gratuita, que se realiza várias vezes por dia (reserva online). Para além disso, pode aceder à Rose Room, a sala mais bonita com os seus belos candelabros, entre as 10h e as 11h da manhã.

No segundo dia começamos no Museu Americano de História Natural, se for inverno, ou no vizinho Central Park. Tanto um como outro absorve várias horas, especialmente se tiver filhos. O museu é assombroso (existe uma app que facilita a visita): a qualquer momento esperamos que os dinossauros ganhem vida, como no filme. O meu filho adorou as galerias dedicadas à vida animal e o planetário. Eu apreciei mais o espaço dedicado às civilizações antigas, especialmente a da Mesoamérica, com réplicas das colossais cabeças olmecas.

O Central Park pode ser explorado a pé ou de bicicleta. Persistem ainda os passeios de charrete, mas nós somos contra esse tipo de turismo que explora os animais. A Bow Bridge, o memorial a John Lennon (Strawberry Fields) e o Bethesda Terrace são alguns dos lugares especiais deste parque gigante, que se estende entre as 59^th e a 110^th Street.

De ambas as atrações, facilmente se alcança a região da Broadway, pelo que recomendamos um lanche na Ellen Stardust Diner, onde aspirantes a atores cantam e servem à mesa, antes de encerrar maravilhosamente este segundo dia de roteiro em Nova York com um musical da Broadway.

No terceiro dia, é altura de desbravar a baixa de Manhattan, começando por embarcar no ferry no Battery Park, até à estátua da Liberdade. A reserva inclui entrada no museu da estátua e no museu dedicado à imigração da ilha Ellis – para aceder à coroa da estátua da Liberdade, é preciso comprar um bilhete à parte, com bastante antecedência.

Depois do almoço, é altura de explorar o distrito financeiro – ver como é o edifício da bolsa de Wall Street, pasmar perante a multidão que forma fila para afagar os túbaros do Charging Bull e entrar numa das igrejas mais lindas, antigas e perfumadas de Nova York (Trinity Church, entrada gratuita).

Dali siga para o memorial e museu 9/11, que homenageia as vítimas dos atentados do 11 de Setembro, pasme perante a arquitetura do Oculus, centro comercial e estação de comboios projetada pelo espanhol Santiago Calatrava, que ficou para a história como a mais cara do mundo. Se gosta de comida italiana, jante no Eataly que fica no complexo.

#Dica: uma forma de ter belíssimas vistas para a estátua da Liberdade, sem ter que pagar bilhete, é embarcando no Staten Island Ferry, que é gratuito.

Começamos o quarto dia deste roteiro em Nova York com uma significativa visita guiada à sede das Nações Unidas, antes de rumarmos aos bairros trendy do SoHo, Little Italy (com a sua street art e montras de queijos gigantes) e Chinatown, que é também uma região fantástica para comer. Por exemplo, espreite o tradicional restaurante Fried Dumpling, na Mosco Street. Se tiver tempo, considere fazer uma visita guiada nesses bairros tão charmosos.

Depois é tempo de esticar o passeio até à ponte de Brooklyn, atravessá-la a pé, confirmar se o Down under Manhattan Bridge Overpass (DUMBO) rende mesmo a foto perfeita da ponte de Manhattan e, quem sabe, terminar o dia com um jogo da NBA no Barclays Center, casa dos Nets.

O quinto e último dia do roteiro estão reservados para a região de Chelsea e arredores. Pode incluir, se lhe parecer interessante, o museu intrépido, ou simplesmente palmilhar a região, conhecendo o complexo Hudson Yards (ali fica outro dos novos observatórios, The Edge), fotografando o curioso The Vessel (atualmente não é permitido visitar o interior), percorrendo o High Line Park, instalado numa linha de caminho de ferro desativada, até à encantadora Little Island.

Pode almoçar ou jantar no Chelsea Market – as opções são muitas e até existe um pequeno lugar que vende pasteis de nata. Terminamos este roteiro com um concerto de jazz no Dizzy’s Club.

Roteiro para 7 dias

O ideal é reservar sete dias completos à sua viagem a Nova York. Se tem mais tempo na cidade, pode dedicar um dia completo a Brooklyn. O que há para visitar por lá?

O Brooklyn Bridge Park, o DUMBO, o jardim botânico, o bairro de Williamsburg ou as casinhas de Brownstones, a cervejaria Brooklyn Brewery (considerada uma das melhores dos Estados Unidos), a feirinha gastronómica de Smorgasburg, que se realiza ao sábado ao ar livre, entre abril e outubro, e a praia de Conney Island.

Se por acaso a sua visita coincidir com um domingo, considere assistir à missa com gospel da Brooklyn Tabernacle: um momento religioso-cultural e, certamente, uma experiência única.

Um dia adicional permite incluir outro museu ou observatório, fazer um piquenique no Central Park ou explorar outra região de Nova York para além de Manhattan e Brooklyn.

Conheço quem tenha feito o passeio de um dia a Washington D.C., o que considero cansativo. O trajeto de comboio demora três horas e meia para cada lado, se optar por autocarro são quatro horas, o que se traduz numa jornada de trabalho dentro de transportes.

No entanto, estender a viagem até à capital, ficar alguns dias e, quem sabe, seguir para outros destinos americanos pode ser bem interessante. Se for o caso, poderá ser útil ler: O que fazer em Washington DC – surpreenda-se.

Tem perguntas sobre o que fazer em Nova York, sugestões ou dúvidas? A caixa dos comentários está ali em baixo à sua disposição.