Atualizado em 12 Junho, 2022

Alguns investigadores afirmam que existe um gene da migração, que terá ajudado à povoação do planeta e que, hoje, poderá explicar o ímpeto de algumas pessoas que, um pouco à minha semelhança, querem sempre mais mundo.

Este poliformismo, dizem os cientistas, atingirá cerca de 20% da população mundial (o artigo aqui). Chamemos-lhe o “vírus da vagabundagem”. Não é um nome simpático para baptizar um gene? Seja porque o destino condena as pessoas com interesses comuns a cruzarem-se ou por simples acaso, tenho vários amigos que sofrem deste mal. Correcção. Sofrem deste bem, porque estes vagabundos são, regra geral e praticamente sem excepção, mais tolerantes ao outro, ao diferente.

Atenção! Estou a falar de viajantes e não de turistas que compram pacotes para resorts de luxo, com comida ocidentalizada e evitam qualquer tipo de contacto com os habitantes locais.

Eis pois chegado o momento d’O Berço do Mundo receber estes amigos viajantes, doentinhos, coitados, com o vírus da vagabundagem! O primeiro nómada convidado chama-se Gabriel Soeiro Mendes. Ele já esteve um pouco por toda a Europa, em vários pontos da Ásia, percorreu Portugal de uma ponta à outra (regiões autónomas incluídas), sempre acompanhado da sua Canon.

foto de Gabriel Soeiro Mendes
foto da Índia de Gabriel Soeiro Mendes

Sim, porque além de vagabundo, o Gabriel é um fotógrafo muito talentoso, colaborador regular de sites de turismo e revistas portuguesas, fotógrafo de guias e brochuras turísticas já com algum trabalho publicado na imprensa estrangeira. Mais importante do que isso, é o meu fotógrafo oficial: admirem a magnífica foto de apresentação que me tirou aqui ao lado, no Quem escreve.

O seu olhar está lindamente retratado no seu photoblog Uma foto, uma história onde, para além de viajarem sem saírem do lugar, podem ainda encomendar um poster para a sala de estar e deixar os vossos amigos pasmados! O problema é conseguir escolher!

As imagens deste post falam por si, mas no cantinho do Gabriel encontrarão muitas mais, maravilhosas todas elas. Então vamos lá fazer o passaporte do nosso convidado.

Viagem ao oriente

Nome Gabriel Soeiro Mendes
Idade 31
Profissão Gestor de projectos, jornalista e fotógrafo
Destino de sonho vai mudando todos os anos. Neste momento é Peru e Amazónia
Na mala não pode faltar Câmara fotográfica e headphones (arma essencial contra barulhos de aviões e ressonares indesejados)

Sabes explicar quando ou porquê nasceu esse “bichinho” de viajar?

Como acontece a muitos estudantes, foi quando fiz Eramus na Bélgica, em 2006. Considero ser uma das melhores coisas que a União Europeia nos trouxe. Quase sempre muda a vida de quem o faz. Passados dois anos estava a fazer um interrail pelo sul da Europa, o que veio fazer crescer o “bichinho” ainda mais. E nunca mais parei…

Qual foi o destino que mais te marcou? Porquê?

Pergunta sempre complicada, mas diria que foi a Índia. É uma resposta comum e por alguma razão é. Apesar de ter lá estado apenas 20 dias (alguns até bem doente), foram de facto marcantes. Sei que é um lugar comum, mas a Índia vale mesmo pelas pessoas, na minha opinião o principal atractivo do país.

Conseguias viajar sem a tua máquina fotográfica?

Nunca o fiz. Levo sempre, até naquelas viagens rápidas de dois dias apenas para visitar amigos, mesmo que não tenha tempo para fazer um único disparo.

Já apanhaste um susto a sério, durante uma das tuas deambulações pelo mundo?

Um susto a sério não. Os maiores sustos foram aqui bem perto, nos Açores. Apesar de gostar de viajar, detesto aviões. Fiz 15 voos nos Açores em pleno Inverno e muitos deles foram terríveis, com turbulência de meter medo até aos mais destemidos. Cheguei a estar dois dias “preso” no Pico, sem saírem barcos nem aviões.

Gostaram de conhecer este nómada? Outros lhe seguirão. Caramba, tenho amigos interessantes!