Atualizado em 9 Abril, 2021

Oriente e ocidente encontram-se em Hong Kong, nestas ruas cheias de luz, por entre gigantes arranha-céus projectados por arquitectos de renome, táxis vermelhos para lá de velhos e autocarros de dois andares, que circulam do lado errado da estrada.

Apesar de ultramoderna, a cidade parece conviver de forma pacífica com casas coloniais do tempo dos britânicos, pagodes chineses ou templos budistas. Os contrastes são tantos e tão difíceis de assimilar em apenas dois dias: há mar e montanha, lojas caríssimas e mercados de rua, poluição e incenso, meditação e aparelhos electrónicos, Buda e Mickey (sim, existe lá um parque da Disney, na ilha de Lantau, onde também mora um Buda maravilhoso).

Vamos lá começar a nossa jornada na zona de Kowloon, percorrendo uma parte da Nathan Road, também chamada de Golden Mile, por ter tantas lojas e hotéis.

No meio desta azáfama consumista, alguns quarteirões ficaram sob o monopólio de “comerciantes informais”, vindos do Bangladesh ou da África subsaariana. As marcas mais conhecidas também estão aqui representadas, claro, mas isso não me faz a mínima diferença. Não atravessei meio planeta para ver montras… apenas uma me atrai como um íman e chama-se STARBUCKS!

Dose diária de cafeína tomada, seguimos em direcção a Victoria Harbour, um braço do Mar da China Meridional que nos separa do continente. Não chegámos a percorrer a Avenue of Stars repleta de artistas que desconheço (regressei no dia seguinte, para a pose fotográfica junto do Bruce Lee), virando à direita para a Clock Tower e o terminal do ferry que nos levará até à ilha de Hong Kong.

Podíamos atravessar de metro também, mas o barco é a opção mais barata, para além de nos brindar com uma vista fantástica: aqui fica o centro da cidade, alguns dos maiores edifícios do mundo, incluindo o IFC – International Finance Centre, as grandes empresas.

Percorremos as artérias que alimentam este coração agitado, deambulamos pelas ruas apinhadas, ajudados durante alguns quilómetros por um gigantesco sistema de escadas rolantes (o maior circuito ao ar livre do mundo, sempre a subir), até chegarmos ao Soho.

Sim, leram bem: o Soho. O bairro londrino é tão charmoso, que toda a gente quer ter um recanto boémio parecido. A região está repleta de bares e restaurantes pequeninos, a transbordarem clientes para as ruas e passeios, com mais estrangeiros por metro quadrado do que chineses.

Victoria Peak

Mas se pudéssemos gravar uma única imagem de Hong Kong, seria a paisagem desde Victoria Peak. Olhando para a cidade aos nossos pés, vemos um dos melhores portos do mundo e uma linha de horizonte tão improvável e audaciosa que, como um local escreveu um dia destes na Time, faz Manhattan parecer provinciana.

Para além das montanhas, vislumbramos a China continental, vagueando o olhar à medida que o sol se põe e as luzes da cidade se acendem, como se o Natal tivesse chegado mais cedo.Terminamos o dia junto ao mar, com uma Sinfonia de Luzes. Aí está uma ideia brilhante de marketing turístico: a cidade tem muitos prédios? Transformem-se estes edifícios num espectáculo de luz e música diária. Resultado, todos os dias os turistas se sentam aqui, neste calçadão, para uns minutos de pausa e deslumbramento.

Nós vamos ali jantar um sushi! São servidos? Ainda regressaremos a Hong Kong para um último post e a despedida da Ásia.