Atualizado em 29 Agosto, 2022

Vamos visitar Praga, no coração da Boémia, um burgo que nasceu e cresceu nas margens do rio Vltava (Moldava). Estes são os pontos turísticos que vai querer conhecer numa primeira viagem à encantadora capital checa.

Praga, a capital da República Checa, saltou do meu imaginário há quase uma década e a realidade revelou-se tão bela quanto sonhei. Claro que a beleza a levamos nós, nos olhos e no coração, mas é impossível não sentir a carga histórica da cidade.

Capital da extinta Checoslováquia, a cidade fez parte de momentos histórico-políticos importantes, como a ocupação soviética. Outro momento marcante foi a sua divisão em duas nações independentes: a República Checa e a Eslováquia. Mas, na verdade, a “cidade das 100 torres” tem uma longa história e isso reflete-se na sua arquitetura: o lindo centro histórico foi classificado Património Mundial da UNESCO em 1992.

Não é à toa que Franz Kafka se sentia insignificante nestas ruelas sinuosas, no seu caminho para a escola, pela mão do malévolo cozinheiro da família. Mas do bizarro autor de A Metamorfose falamos no artigo Kafka e outros ilustres de Praga.

Hoje, vamos conhecer as principais atracções de Praga, num roteiro que pode ser feito em cerca de três dias e que cobre os bairros de Praga 1 ou Staré Mešto (cidade velha), partes de Praga 2 ou Nové Mešto (cidade nova) e a região do castelo, conhecida como Malá Strana (pequeno bairro).

O eléctrico histórico Tram 42 é uma forma simpática de se estrear nesta metrópole com mais de um milhão de habitantes, mas com uma vibe de cidade pequena. Para mais informações sobre horários e preços, clique nos links ao longo do texto, e não deixe de consultar o site oficial do turismo de Praga.

Pojďme! Vamos lá.

o famoso menino Jesus de Praga

1. Castelo de Praga

O Castelo de Praga (século IX), o monumento mais popular do país, reina sobre a paisagem desde o topo de uma colina. Caso queira poupar energias para um dia que se prevê longo, apanhe os elétricos nº 22 ou 23 .

Os ameaçadores titãs da entrada não nos demovem e, depois de apreciarmos a vista sobre a cidade velha, entramos no maior castelo do mundo. Assim o diz o livro do Guiness e a UNESCO confirma, dando-lhe o selo de Património da Humanidade.

Para além de assistir à troca da guarda, no grande complexo de 72 hectares pode visitar  o antigo palácio real (Starý královský palác), a Basílica de São Jorge (Bazilika sv. Jiří), a viela dourada (Zlatá ulička), a catedral, dois museus, galerias e salas de concerto, um mosteiro e os jardins reais. Ali fica também a residência do Presidente da República, motivo pelo qual é proibido usar drones nas redondezas #ficaadica.

Para mim, a viela dourada é o recanto mais pitoresco do castelo. Nestas casinhas de bonecas, construídas nos arcos entre a Torre Branca e a Torre Dalibor, viviam ourives e funcionários reais. Mas outras personagens interessantes passaram por ali, nomeadamente Kafka, o cineasta J. Kazda ou a cartomante Matylda Průsová, conhecida como “madame de Tebas”. Algumas destas casas minúsculas foram preservadas, outras transformadas em lojas de recordações.

guardas no castelo de Praga

2. Catedral de São Vito

Ao longe, a visão do castelo é dominada pelas imensas torres da Catedral de São Vito, São Venceslau e São Adalberto (Katedrála sv. Víta, Václava a Vojtěcha), que se elevam também sobre todos os outros prédios da cidade. A maior e mais imponente igreja de Praga demorou quase 600 anos a ser construída e ali foram sepultados reis e santos.

É o caso de São Venceslau, o padroeiro nacional, cuja capela tem paredes decoradas com mais de 1.300 pedras preciosas, ou de S. João Nepomuceno, que repousa num jazigo de prata.

O templo protege ainda as joias reais da Boémia (raramente expostas), incluindo uma coroa que, diz a lenda, contém um espinho da crucificação de Cristo. Afinal, era ali que os reis eram coroados, incluindo o poderoso Carlos IV, nome em que “tropeçamos” constantemente na cidade.

catedral de São Vito
Traseiras da catedral de São Vito.

3. Menino Jesus de Praga

Continuamos em Malá Strana, o bairro pequeno que conta com uma idiossincrasia bonita: a das casas com nome. Antigamente, antes de se generalizar a numeração dos edifícios, estes tinham um símbolo gráfico que os identificava.

Imaginem enviar um postal para a “Casa dos 3 Violinos, Rua Nerudova, Malá Strana, Praga 01, República Checa”. Não estou a inventar, ela existe mesmo e foi lar de uma família de fabricantes de violinos. Encontrei vários exemplares – a casa do urso acorrentado, da roda dourada, do cavalo azul, da águia com duas cabeças… – sobretudo em Malá Strana e achei esta tradição encantadora. 

Neste bairro encontramos o famoso menino Jesus de Praga, na Igreja de N. Senhora Vitoriosa (Church of Our Lady Victorious), pequenino, escondido sob um imenso manto e perdido numa profusão de ouro e pedras preciosas. A igreja do início do século XVII foi reconstruída pela ordem carmelita, a quem a estatueta, originária da Espanha, foi oferecida por uma nobre checa, de seu nome Polyxena de Lobkowicz.

Para além de  duas coroas, o menino tem 46 mantos e troca de outfit uma dezena de vezes ao ano, de acordo com a época litúrgica. Li que há um pequeno museu com as suas roupas e outros objectos religiosos, mas não visitei. Aliás, o nosso encontro com o Menino Jesus de Praga foi “atropelado” por um barulhento grupo de turistas.

Malá Strana é um dos bairros mais bonitos de Praga
Detalhes das casas de Malá Strana, o bairro pequeno.

4. Colina de Petrin

A cerca de 140 metros do nível do rio fica o monte ou colina Petřín, bastante frequentado pelos moradores no Verão. No topo fica a Torre Petřín, à qual é possível aceder de funicular, uma versão anã da Torre Eiffel (1:5), igualmente do século XIX.

Não visitámos porque a brincadeira do pequeno explorador com crianças checas se prolongou durante bastante tempo (existe ali um parque infantil muito simpático). Na escadaria de entrada do parque encontra o monumento às vítimas do comunismo, uma série de estátuas em bronze, dramáticas, que representam homens desfeitos.

O memorial foi esculpido por um ex-preso político, Olbram Zoubek, e, de acordo com a inscrição no pedestal, não é apenas dedicado àqueles “que foram presos ou executados, mas também a todos aqueles que tiveram suas vidas destruídas pelo despotismo totalitário”. Leia também As Sombras de Praga, um roteiro histórico pelo passado sombrio da capital checa.

A colina é um excelente ponto para quem não dispensa os seus treinos, mesmo em viagem. A Carolina Belo, que é uma pro em corrida, tem um artigo sobre Onde correr em Praga, para essas pessoas fantásticas que, ao contrário de mim, não ficam mortas só de caminhar nos destinos (rs).

memorial na colina de Petrin
Memorial às vítimas do comunismo.

5. Museu e Parque Kampa

Os amantes de arte contemporânea vão querer visitar o Museu Kampa, não muito longe colina Petřín e perto do rio. A galeria centra-se na arte da Europa Central e pretende mostrar a expressão artística criada durante os tempos de opressão.

Quem não é apreciador de arte moderna, pode sempre passear no parque envolvente, onde as esculturas de bebés gigantes criadas por David Černý continuam a gatinhar (outros bebés do mesmo artista gatinham na torre de televisão, nos arredores da cidade).

No parque encontra também o restaurante homónimo, com uma estrela Michelin: Kampa Park.

6. John Lennon Wall (Lennonova zeď)

Ainda em Malá Strana, vizinho da embaixada francesa, encontra o muro de John Lennon, uma parede grafitada com frases sobre paz, amor e liberdade. Originalmente conhecido como “Muro do Choro”, as pessoas despejavam ali as suas frustrações em relação ao governo autoritário.

A música de Lennon, proibida como a restante música pop ocidental, capturou a imaginação da juventude de Praga. O novo nome da parede (pertencente a uma ordem religiosa) surgiu após o assassinato do ex-Beatle, quando multidões se juntaram ali, para lamentar a sua morte e celebrar tudo o que representou.

Com mensagens positivas e inspiradoras estampadas por toda parte, a parede simboliza liberdade de expressão, paz e resistência contra o comunismo. A viúva de Lennon, Yoko Ono visitou o muro em 2003.

inclua o John Lennon wall na visita a Praga
Detalhe do muro John Lennon.

7. Museu Kafka

O Museu Kafka é um lugar obrigatório para quem gosta de literatura. O espaço museológico homenageia o autor checo, celebrando a sua vida e obra, num ambiente algo sombrio bem condizente com a maioria das suas narrativas.

À entrada do museu, outra instalação artística polémica de David Černý: dois homens urinam sobre o mapa do país. A obra de Černý é tão interessante que inspirou dois roteiros diferentes em Praga.

Curiosidade: perto do museu fica a rua mais estreita de Praga. A viela permite chegar a um restaurante com vista para o rio e, considerando a sua largura, tem um semáforo. Com certeza, duas pessoas não conseguirão passar uma pela outra naquela rua; acredito mesmo que algumas pessoas mais avantajadas poderão ficar presas no percurso.

entrada do museu Kafka
Entrada do Museu Kafka.

8. Ponte D. Carlos (Karlův Most ou Charles Bridge)

Chegámos ao rio, que proporciona momentos incríveis a partir das suas pontes e ilhas. A mais antiga das ligações é a Ponte D. Carlos, do século XIV, um triunfo gótico de engenharia. Os seus 500 metros ficam repletos de turistas e artistas ao longo do dia, uma vez que se tornou pedonal há mais de meio século.

A ponte é um paraíso para os fotógrafos ao entardecer, quando os raios de sol acariciam as suas 30 esculturas barrocas. O facto de serem, na maioria dos casos, réplicas das originais (guardadas no Museu Nacional) não interfere com a sua iconoplastia.

É que o rio às vezes viola as suas margens sem piedade, inundando grande parte do centro histórico. Para aproveitar a doçura do Moldava (que nem sempre é temperamental), existem vários passeios de barco, com ou sem jantar ou com jantar e música ao vivo.

De volta à ponte para destacar a figura religiosa mais procurada – a de S. João de Nepumoceno – padroeiro das pontes e antigo confessor da rainha, na corte do rei Venceslau IV. Dizem que tocar-lhe dá sorte. Pergunto-me se o sortilégio resultará se esta for apenas mais uma cópia!? De qualquer forma, esta é a única imagem sem teias de aranha; a base em bronze brilha ao sol, polida pelas mãos dos visitantes.

Ponte D. Carlos
Tão pequenino que era o Pedro nesta viagem a Praga

9. Klementinum

Atravessada a ponte histórica chega-se ao Klementinum, um lugar maravilhoso que simplesmente escapou à minha pesquisa, aquando da minha visita. O nome do complexo deriva de uma capela dedicada a São Clemente, que se transformou em mosteiro e depois em colégio jesuíta. Dois séculos mais tarde tornou-se observatório astronómico, biblioteca e universidade.

Da maravilhosa biblioteca barroca, com frescos e globos terrestres gigantes (dizem que é uma das mais belas do mundo), à Capela dos Espelhos, com uma complexa instalação de espelhos, onde se realizam concertos de música clássica regularmente, há muito por onde lamentar a minha ignorância.

As visitas são feitas apenas com guia e acontecem a cada meia hora. Praga corre o sério risco de eu voltar, unicamente para conhecer o Klementium!

10. Bairro Judeu e Velho Cemitério Judaico

Quem cruza a Charles Bridge vindo de Malá Strana, encontra o bairro de Josefov seguindo pela esquerda. Para além de uma placa a assinalar a antiga casa de Kafka, na região encontra vários lugares de culto, como a sinagoga velha-nova (Staronová synagoga), um dos monumentos judaicos mais antigos e valiosos do mundo, além de ser a sinagoga mais antiga da Europa Central.

Outro lugar interessante, visitável, é a recente sinagoga espanhola (século XIX), que acolhe um museu judaico e tem um lindo interior mourisco, inspirado em Alhambra. Na rua Široká encontra ainda a sinagoga de Pinkas, que recorda as vítimas do holocausto e, ao lado, o velhíssimo e impactante Cemitério Judaico (Starý židovský hřbitov).

Se desejar visitar algum dos espaços, lembre-se que seguem o calendário judaico, pelo que encerram ao sábado, para respeitarem o shabat ou sabat. A minha amiga Juli escreveu um post mais detalhado sobre Josefov, o bairro judeu de Praga.

cemitério judaico de Praga

11. Praça da Cidade Velha (Staroměstské náměstí)

O coração de Praga bate na Praça Velha (século XII), testemunha dos mais marcantes momentos históricos do país, ao ritmo do famoso relógio astronómico. Continua a bater enquanto os raios de sol se alongam no campanário da Catedral Nossa Senhora de Tyn, gótica, e na Igreja de São Nicolau, barroca.

Bate quando as sombras se insinuam nas fachadas dos edifícios coloridos, como a casa gótica Sino da Pedra ou o Palácio de Kinski, em estilo rococó, envolvendo por fim a estátua do reformista Jan Huss.

Um formigueiro de gente espera em frente ao relógio astronómico pela hora certa, momento em que os apóstolos ganham vida e se exibem à multidão. Podia pesquisar explicações científicas sobre este Orloj, como ele revela a posição do sol, da lua, das estrelas, das estações do ano e do zoodíaco. Mas basta apreciar a sua beleza, antever o génio que o construiu, pressentir o símbolo do infinito no seu desenho.

Basta sentir o ambiente desta praça, velha e cheia de charme, que ganha vida depois do pôr-do-sol. Basta comer um pouco de Prague Ham, assado na rua e cortado ainda no fogo, e finalizar com um trdelník, o doce tradicional coberto de açúcar.

Para a noite ser perfeita, basta, por fim, sentar-me no chão desta praça e desfrutar de um concerto de piano surpreendente. Em certo momento, quando as notas do Clair de Lune sobem na noite estrelada, fecho os olhos e sou, simplesmente, feliz.

relógio astronómico ou orloj

12. Relógio Astronómico (Orloj)

Do lado oposto à catedral de Tyn fica a torre municipal, enfeitada pelo belíssimo Relógio Astronómico, concebido no século XV pela dupla Kadan e Sindel.

O mecanismo medieval é composto por  um mostrador astronómico, que apresenta a posição do Sol e da Lua no céu; um mostrador-calendário com medalhões que representam os meses; e a Caminhada dos Apóstolos, a procissão mecânica que acontece à hora certa, entre as 9 da manhã e as 11 da noite. Li algures que esta é uma das atracções turísticas mais decepcionantes do mundo, pois o desfile de bonecos dura poucos minutos.

Pessoalmente, acho que o interior da torre é bem interessante, se puder, suba ao topo para uma vista panorâmica da cidade. O bilhete inclui ainda entrada na capela, nos salões históricos e nas áreas subterrâneas.

13. Museu Mucha

O Mucha Museum é o único espaço museológico no mundo dedicado à vida e obra do mundialmente aclamado Alphonse Mucha (1860-1939), expoente máximo do estilo art nouveau. A exposição está dividida em sete secções: 1) posters parisienses; 2) painéis decorativos; 3) documentos decorativos; 4) cartazes checos; 5) pinturas a óleo; 6) desenhos e Pastéis e, por fim, 7) fotografias e recordações pessoais do artista, incluindo um pequeno documentário.

Instalado no palácio Kaunicky, perto do centro histórico da cidade, o museu conta com uma área de 500 m2 e uma loja com souvenires lindos (eu sou suspeita, porque adoro este género artístico), com uma selecção exclusiva de presentes e posters com motivos do artista checo. Na sequência desta visita, escrevi Art Nouveu: o estilo de Alphonse Mucha.

entrada do musue Mucha

14. Powder Gate Tower (Prašná Brána)

Construída ano mesmo lugar onde existiu um importante portão medieval, a Torre do Portão da Pólvora integrou as muralhas defensivas de Praga desde o longínquo século XV. Aqui começava também a procissão de coroação dos reis da Boémia, que seguia até o Castelo, do outro lado do rio.

No reinado de Maria Teresa da Áustria, a construção em estilo gótico tardio foi transformada em depósito de pólvora (daí o nome, já que originalmente era conhecida como Torre Nova). Hoje, é possível visitar o interior e apreciar a vista da cidade do topo dos seus 44 metros de altura.

Um detalhe interessante. A passagem oriental tem o busto de um cavaleiro com uma inscrição em latim que significa qualquer coisa como: “Eis Praga! Para os honestos, sou mãe; para os enganadores, sou madrasta; que fujam aqueles e que entrem os que vêm por bem”.

15. Municipal House (Obecní dům)

Mesmo ao lado da torre, encontra um prédio art nouveau do início do século XX que é um assombro de lindo. O edifício original foi uma residência real, depois um seminário (mais tarde transferido para o Klementium), chegou também a ser um quartel, antes de ser demolido.

O novo edifício municipal assistiu a acontecimentos históricos importantes como a chamada “Declaração dos Três Reis”, para criação de um país independente; a proclamação da República da Checoslováquia (28 de outubro de 1918) e a promulgação da primeira lei do novo país.

Hoje, o espaço, decorado por artistas e escultores como Mucha ou Jan Preisler, é um centro cultural, casa da Orquestra Sinfónica de Praga que toca regularmente no Smetana Hall, sala coroada por um gigante órgão. Para além de concertos e exposições, é possível tomar um café ou jantar com todo o requinte da art nouveau.

No topo do edifício de estilo art nouveau está representada a nação checa.

16. Museu Nacional de Praga  (Národní muzeum)

Se é verdade que o museu nacional possui vários espaços, quando a ele nos referimos, é o prédio neo-renascentista no topo da Praça Venceslau (Václavcské náměstí) que nos vem à cabeça. O edifício histórico passou por uma grande reconstrução e reabriu em outubro de 2018, para assinalar o 100º aniversário da República.

Trata-se da maior instituição museológica do país, com uma exposição permanente que vai da pré-história na Boémia, Morávia e Eslováquia; à Mineralogia, Paleontologia, Zoologia ou Antropologia.

Para além de visitar o museu, explore a praça de homenagem a Venceslau I, duque e santo padroeiro da Boémia. Local de manifestações públicas, foi nesta longa alameda que a população se sublevou contra os militares soviéticos (1968), foi aqui que um universitário se imolou em sinal de protesto contra a URSS, foi ainda aqui que caiu o comunismo, em 1989.

Se da praça tomar a rua Národní, encontrará outra escultura de David Černý no pátio de um centro comercial (perto da estação de metro Národní třída). A instalação ultra-moderna, feita de aço, tem 42 camadas móveis que se alinham para formar a cabeça de Franz Kafka.

17. Casa Dançante (Tančící dům)

Terminamos estes dias junto ao rio e da Casa Dançante, edifício co-assinado por Frank Gehry, aquele que concebeu o Guggenheim! A estação de metro- eléctrico mais próxima será talvez a de Karlovo Náměstí.

O estranho Ginger & Fred – por alusão ao par de bailarinos Ginger Rogers (parte de vidro) e Fred Astaire (parte de pedra) – foi construído sobre as ruínas de um belo edifício bombardeado durante a II Guerra Mundial. Sendo vizinho da casa de nascimento de Vaclav Havel, personagem importante na reconstrução da democracia,  quiseram fazer ali algo significativo.

Se casou polémica em Praga aquando da inauguração, hoje o premiado edifício é um ponto turístico bem popular.  Apesar de ser residencial, a Casa Dançante possui um restaurante no terraço, com vista 360º sobre a cidade.

a Casa Dançante
O pequeno explorador adorou a Casa Dançante.

Dicas úteis para visitar Praga

Como chegar

Praga possui um aeroporto internacional, o Václav Havel Airport, a cerca de 30 minutos do centro. Uma das ligações mais fáceis para chegar à cidade é a linha AE (Airport Express), que funciona entre as 5h30 e as 22h00. Pode apanhar este transfer junto ao terminal 1 e comprar o bilhete directamente ao motorista, embora fique um pouco mais barato comprá-lo nas máquinas automáticas do aeroporto.

Durante a noite, funciona o autocarro 910. Se preferir um táxi, procure um ponto chamado “Taxi Fair Place”, que apresenta um sinal amarelo, com a inscrição Táxi e um símbolo de thumbs-up cor de laranja. Os táxis de operam aqui garantem motoristas profissionais e preços justos, sendo desaconselhado apanhar um táxi qualquer na rua.

Para explorar a cidade, é possível fazê-lo a pé, mas se necessitar alcançar alguma atracção mais longe, pode pesquisar linhas e horários dos transportes públicos no site da DPP. Muitos checos, mesmo das gerações mais novas, não falam  inglês, o que dificulta um pedido de informações na rua. Praga possui ainda alguns serviços de partilha de bicicletas ou trotinetes, através das apps Freebike, Rekola e Lime.

rio que atravessa Praga
O famoso menino Jesus de Praga.

Quando visitar Praga

Praga tem quatro estações bem marcadas. Janeiro é o mês mais frio, com temperaturas médias negativas e Julho é o mês mais quente, com temperaturas médias que rondam os 20° C. Apesar do frio, os meses de Inverno são mágicos em Praga, por causa dos mercados de Natal. Os próximos acontecem entre 27 de Novembro de 2021 e 6 de Janeiro de 2022.

Onde ficar em Praga

Como qualquer capital europeia, Praga possui ampla oferta de hospedagem. Sem fugir muito do centro da cidade, deixo algumas boas sugestões para diferentes orçamentos. Para quem não abdica de algum conforto e requinte, e tem orçamento para isso, sugiro o Hotel CUBE Prague (****)  ou o Grandium Hotel Prague (*****).

O Cloister Inn Hotel (***) e o Hotel Salvator (***) são um pouco mais económicos, muito bem localizados e com uma boa relação qualidade-preço. Para orçamentos pequenos, espreite o Hostel One Míru, com uma localização super central, ou o Sleep&Go, com dormitórios mais pequenos e opções de camas-cápsula.

comer em Praga
Almoço no Café Savoy.

Onde comer

A capital checa tem vários pontos requintados para um almoço ou jantar especial, como o Au Gourmand ou La Degustation Bohême Bourgeoise, com uma estrela Michelin. Outra opção elegante mas a preços razoáveis é o Café Savoy (com o toque vienense das sobremesas). Para os vegetarianos recomendo os restaurantes do grupo Maitrea ou o Estrella.

A cozinha checa tem muitas semelhanças à da Áustria e Bavaria, combinando carne, batatas e vários tipos de dumplings, legumes e molhos variados. Alguns dos pratos mais tradicionais são a Bramboračka (espessa sopa de batata, com cogulemos frescos ou desidratados), Vepřo‑knedlo‑zelo (porco suculento, servido com bolinhos de batata e couve), o pato assado que ganha honras de protagonista em Novembro, durante o S. Martinho, goulash ao estilo checo (menos picante do que o húngaro) ou o complexo Svíčková, prato de carne servido sobretudo em dias de festa.

Depois de explorar Praga todo o dia, termine o dia com uma cerveja local na mão. Afinal, a República Checa produz algumas das melhores cervejas do mundo e os checos são recordistas no consumo de cerveja. Li algures que a média é de meio litro por dia/habitante, daí o turismo local ter desenhado um roteiro cervejeiro pelo país.

 Tem mais dicas para visitar Praga? Qual é a sua atracção preferida na capital checa?