Atualizado em 17 Outubro, 2022

Estamos no Oceanário de Lisboa, o maior da Europa, distinguido pelos utilizadores do TripAdvisor como o melhor aquário do mundo vários anos seguidos. E os olhos do pequeno explorador brilham de felicidade!

Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
(Sophia de Mello Breyner Andresen)

As palavras da poetisa do mar reverberam no peito, enquanto contemplamos o fundo do oceano. Os cinco milhões de litros de água salgada são capazes de nos fazer acreditar nessa ilusão, ainda que por alguns instantes.

– Há um peixe que está escondido porque se aproxima o Natal… – anuncia uma das educadoras marinhas ao grupo de crianças que a acompanham.

Inaugurado para a Expo 98, o Oceanário tornou-se um caso sério de sucesso: hoje, recebe mais de um milhão de visitantes por ano. O tema da feira, Os Oceanos: Um Património Para o Futuro, continua presente neste espaço que eternizou a ligação do país dos descobridores com o mar.

A perfeição filosófica do Oceanário de Lisboa é esta: existe apenas um oceano global. Atlântico, Pacífico, Índico, Ártico e Antártico são meras invenções humanas, nomenclaturas geográficas. Nós humanos somos assim, temos esta mania de querer organizar o mundo, catalogar, hierarquizar tudo!

É por isso que os quatro habitats marinhos (Atlântico Norte, Antártico, Pacífico temperado e Índico tropical) mantêm sempre uma ligação visual com o gigante aquário central, onde os tubarões, as mantas, as raias, os peixes roncadores e cardumes enormes parecem conviver harmoniosamente.

©oceanario.pt.  O extraordinário peixe-lua, o maior peixe ósseo do mundo

Explorar os 4 habitats marinhos

Atravessamos o Atlântico Norte, que representa uma faixa que se estende desde a Islândia até aos Açores, para chegarmos ao gélido Antártico, onde moram os simpáticos pinguins de Magalhães.

Os pinguins mais pequenos que existem são os pinguins azuis – declara o Pedro, provavelmente recordando uma das muitas enciclopédias infantis que tem em casa. Com esta pérola de sabedoria seguimos para o Pacífico, área do animal mais comilão do Oceanário: a lontra marinha. Para além delas, este recanto tem aves típicas dos rochedos da Califórnia, várias espécies de anémonas, peixes e invertebrados característicos das florestas de kelp. A ideia é recriar, na medida do possível, um habitat completo.

Dali, aventuramo-nos pela floresta do Índico tropical. A temperatura aumenta, os peixinhos são mais coloridos e nadam entre corais deslumbrantes.

As duas  lontras irmãs, filhas do Eusébio e da Amália.

Não é só a temperatura que é cuidadosamente regulada. Apesar da proximidade do mar, o Oceanário produz a água que alimenta os seus 30 tanques, para garantir as condições ideais a quem ali vive. O sal vem de Israel – cerca de 16,5 toneladas mensais – para ser misturado com água doce na quantidade correcta para cada espécie. Depois, é preciso testar o pH, propriedades químicas, temperatura, etc. Todos os dias.

#Dica: Se gosta deste tipo de atrações, saiba que o Aquaria, o aquário de Kuala Lumpur, é um dos mais impressionantes do mundo

Mas ainda nos falta descer ao piso subaquático e visitar o famoso peixe-palhaço com as suas anémonas, mas também o polvo, o peixe dragão, cavalos-marinhos minúsculos e algumas espécies que habitam no oceano profundo, onde não chega a luz do sol. O som ambiente oferece uma experiência multisensorial do mar, da imensidão contínua de tons azuis, misturada com sons tranquilizadores e o infinito.

Os venenosos peixe dragão.

Ali ficam também os anfíbios (alguns tão pequenos como a ponta do dedo mindinho) e a casa do Vasco, a mascote que ensina os princípios de preservação dos oceanos e mostra, em tempo real, o que se passa no aquário grande.

A manhã sumiu-se num instante, por entre os tubarões. Terminaram também as obrigações académicas do pai, que nos levaram a Lisboa. Portanto ainda podemos aproveitar em família a luz singela e as temperaturas simpáticas da capital. No Norte está um bocadinho mais frio, brrrr!

Site do Oceanário de Lisboa aqui | Horários: aberto todos os dias, 10h-19h (Inverno) ou 10h-20h (Verão) | Bilhete: 19€ adulto; 10€ crianças (4-12 anos); 13€ seniores; grátis até aos 3 anos (preços de abril de 2021, sem acesso às exposições temporárias)