Atualizado em 12 Agosto, 2022

Visitar o Egito é viajar até ao berço das civilizações, uma apaixonante mistura entre cultura e mistério. Venha explorar esse país-hipérbole de templos e deuses, faraós e deserto, história e magia

Com uma das mais longas histórias do mundo, o Egito habita o imaginário de muitos viajantes. Talvez por isso os seus templos majestosos atraem milhões de visitantes todos os anos. Para mim, conhecer o país das pirâmides foi um sonho concretizado.

Neste destino de contrastes aconteceram os primeiros desenvolvimentos da escrita, agricultura e religião organizada. O ocre do deserto contradiz a exuberante faixa verde nas margens do rio-deus Nilo. Os grandiosos templos de Karnak ou de Edfu testemunham um passado tão remoto quanto grandioso.

Com os seus templos e o bíblico Monte Sinai, a caótica capital e resorts no Mar Vermelho, a Biblioteca de Alexandria e incontornáveis pirâmides, o Egipto é um dos destinos mais fascinantes no Norte de África. O historiador grego Heródoto sabia-o, há mais de dois milénios, quando afirmou: “Quem não viu o Egito, não viu o mundo”.

Os muitos atrativos do país podem dificultar o roteiro, sobretudo a quem tem os dias de férias de um mero mortal. Para facilitar um pouco a tarefa, listamos algumas das atrações mais fantásticas do Egipto. Alertando que vale muito a pena tomar tempo para falar com as pessoas, pois este é um povo acolhedor, tomar um chá de menta, sentir o pulsar deste destino.

É que o Egito é um assalto aos sentidos, facilmente ficamos assoberbados com o excesso de estímulos. O Cairo é apenas uma das maiores cidades de África, com trânsito caótico, poluição e excesso de gente. Visitar o Cairo: onde nasceu a teoria do caos

No final, acrescentamos algumas informações úteis para quem deseja visitar o Egito, como visto, saúde, segurança, entre outras.

1. Pirâmides de Gizé

Diz um provérbio árabe que as pirâmides riem do tempo, aludindo à sua venerável idade. Pois bem, ir ao Egipto e não ver as pirâmides é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa (o que já me aconteceu, paradoxo!). Situadas no Planalto de Gizé, a cerca de 18-20 quilómetros do centro do Cairo, as pirâmides são os monumentos mais conhecidos do país e estão também entre os mais antigos do mundo.

Quéops, Quéfren e Miquerinos foram os faraós mumificados e sepultados nestas três famosas pirâmides. Hoje, os túmulos estão vazios, mas ainda constituem uma experiência única. Conheça os pormenores da nossa visita em Pirâmides de Gizé. Um medo irracional. Existem outras pirâmides no Egipto, como a antiquíssima pirâmide de Djoser, em degraus (património mundial da UNESCO), mas é necessário um dia inteiro para essa visita.

2. Esfinge (Gizé, Cairo)

Ao lado das pirâmides repousa a mística esfinge, com associações solares sagradas, corpo de leão e cabeça humana. Sesheps, a esfinge de Gizé, é a maior e mais famosa destas guardiãs, com um pequeno templo entre as suas patas.

Apesar de algum debate científico, a moderna egiptologia defende que foi construída por volta de 2500 a.C. para Quéfren, o faraó sepultado na segunda pirâmide. Trata-se da maior estátua feita de monólito no mundo, com 73,5 metros de comprimento, 19 de largura e 20 de altura, hoje com o nariz partido (dizem as más línguas que a culpa é do Obélix).

Existem vários cafés e hotéis com vista panorâmica sobre ao complexo de Gizé, mas acredito que uma das melhores será desde o Grande Museu Egípcio. Também verá imensos condutores de camelo a pressionarem os turistas para um passeio e umas fotografias. Não sou fã deste tipo de turismo que explora os animais, embora os camelos resultem em fotos fantásticas, com as mantas coloridas a contrastarem com o amarelo da areia e das pirâmides.

3. Grande Museu Egípcio (Gizé, Cairo)

O desfile magnífico de 22 múmias reais até ao novo Museu Nacional da Civilização Egípcia (nome oficial), em plena pandemia, prendeu-me em frente à televisão. Foram necessários 20 anos para concluir este ambicioso projeto, a cerca de 2km das pirâmides, argumento que me parece suficiente para voltar ao Cairo.

O edifício faraónico, inteiramente dedicado à egiptologia, é considerado o maior museu arqueológico do mundo e abriga cerca de 100 mil artefactos antigos, incluindo a coleção completa de Tutankhamon, com duas mil peças nunca expostas. A minha amiga Márcia esteve lá recentemente e descreve a visita em detalhe: Museu Nacional da Civilização Egípcia, o novo museu do Cairo

4. Bazar Khan el Khalili (Cairo)

De regresso ao coração do Cairo islâmico, para conhecer o mais antigo bazar do país que, como a maioria dos souqs tradicionais, está organizado em áreas: tapetes, metais, joias, papiros, e por aí vai. Claro que hoje em dia a coisa está um pouco mais diversificada, encontra também produtos de qualidade duvidosa.

Cada compra passa por um processo de negociação, que faz parte da experiência Egipto, descontraia e entre no jogo. O objetivo é fazer um bom negócio para ambas as partes. Valerá a pena discutir por o que representa um ou dois euros? Mesmo que não pretenda fazer compras, passear pelo Khan El-Khalili é uma experiência incrível.

5. Cidadela de Saladino e Mesquita de Alabastro (Cairo)

A Cidadela de Saladino (no maps aparece como Salah Al-Din Al-Ayoubi Castle) foi construída no século XII como fortificação para proteger a cidade das cruzadas, acolhendo a residência real. No interior encontra importantes mesquitas, o palácio Al Gawhara, popularmente conhecido como The Jewel Palace (apesar de ter poucas joias em exposição), e vários museus.

Ali pode também visitar três dos templos mais importantes da cidade: a Mesquita-madraça do Sultão Hassan, a Mesquita de Ibn Tulun e a Mesquita de Al Rifa’i. No alto do monte de Muqatam, a primeira das três é também conhecida como mesquita de alabastro, devido ao material que a cobre tanto por dentro quanto por fora.  No seu pátio, destaca-se um magnífico relógio entregue pelo rei de França, em troca do obelisco colocado na Praça da Concórdia. Paradoxalmente, o relógio nunca chegou a funcionar. 

Foto: Divulgação

6. Museu Egípcio (Cairo)

Inaugurado em 1902, o primeiro Museu Egípcio (chamam-lhe muitas vezes Museu do Cairo) fica num edifício neoclássico na praça Tahrir. Com os anos, revelou-se muito pequeno para acolher a quantidade de preciosidades que os arqueólogos iam descobrindo, um pouco por todo o país.

O espaço estava tão lotado, que vi visitantes a sentarem-se nos artefactos, que espreitavam a cada canto. As salas mais protegidas eram a dedicada ao faraó Tutankhamon e a das múmias.

Nas redondezas do museu encontra o bairro copta, a área cristã da cidade, onde a Sagrada Família terá vivido. Ali pode visitar várias igrejas, entre elas a de Santa Maria, conhecida como Igreja Suspensa, por estar construída sobre uma das antigas portas da Fortaleza da Babilônia. O Museu Copta abriga arte sacra e os manuscritos de Nag Hammadi, um conjunto de papiros conhecido como “evangelhos gnósticos”, que suscitaram acesa controvérsia.

A fachada do Museu Egípcio “velhinho”

7. Rio Nilo

O Nilo entra no Egipto a Sul, pelo Sudão, e corre para Norte (o que impressionou sobremaneira o meu marido, habituado aos humores dos rios portugueses) até ao mar Mediterrâneo. Essencial para a subsistência de milhões de pessoas, o Nilo é não só o rio mais longo do planeta, mas também um dos mais vitais.

Possui também a maior concentração do mundo de templos, túmulos e palácios, construídos ao longo quatro mil anos, o que o torna um percurso comum entre os turistas. Tal como a Agatha Christie décadas antes, fizemos um cruzeiro no Nilo e foi muito interessante ver o contraste verde das margens com a aridez que imediatamente se sucede, e passar na eclusa de Esna, que regula a passagem do alto para o baixo Nilo.

Outra forma popular de explorar este rio bíblico é numa dahabiya, barco mais luxuoso típico do século XIX, ou numa felucca, mais pequeno, tradicionalmente usado pelos pescadores e hoje transformado em atração turística sobretudo em Luxor e Assuão.

8. Templos de Karnak e Luxor (Luxor, antiga Tebas)

Luxor retém vestígios do Antigo Egito, um período áureo em que viveram importantes faraós e houve um grande desenvolvimento cultural, altura em que era capital, sob o nome de Tebas (património mundial da UNESCO, 1979).

Entre as testemunhas desse passado grandioso destaca-se o templo de Karnak, considerado o local mais sagrado do Novo Império. Na verdade, trata-se de um complexo de três templos principais dedicados a Amon-rá (o maior local de culto alguma vez construído), à sua mulher Mut e ao seu filho Khonsu, entre outros edifícios secundários. Para mim, a grandiosa sala hipóstila, com 134 colunas gigantes, é a joia da coroa do complexo.

Uma guarda com 900 esfinges com cabeça de carneiro ligava Karnak ao Templo de Luxor: a avenida foi alvo de restauro há pouco tempo e conduz com pompa os visitantes ao outro templo, menor mas bastante interessante. Obviamente, apenas uma parte das esfinges chegou aos dias de hoje.

A mítica sala hipóstila

9. Vale dos Reis (Luxor)

Na margem Este ficam os templos e a atual cidade: recorde a nossa visita em Luxor: primeiro os mortos, depois o festim dos vivos. Na margem oposta, a necrópole ou cidade dos mortos. Não é preciso rodar muitos quilómetros para chegar ao Vale dos Reis, onde estão sepultados muitos dos faraós do Novo Império, e o Vale das Rainhas, repouso eterno de esposas reais, príncipes e princesas, incluindo o túmulo de Nefertari, a esposa favorita de Ramsés II, que dizem ser o mais belo do país (e o mais caro).

Eu só visitei o Vale dos Reis e aviso já que pode ficar muitoooo quente. O bilhete permite visitar três (dos 63) túmulos existentes, que vão variando diariamente. Alguns túmulos exigem bilhetes “especiais”, nomeadamente o de Tutankamon, e para fotografar/filmar no interior, também é necessário pagar um extra.

10. Colossos de Mémnon (Luxor)

Antes do regresso à margem ocidental de Luxor, conheça as famosas estátuas de pedra com 18 metros de altura, os únicos vestígios do Templo de Amenhotep III, entretanto desaparecido (já li que desapareceu por causa de um terremoto, noutros sítios afirmam que foi devido às inundações do rio).

Um grande terremoto em 27 a.C. danificou bastante as estátuas, abrindo uma fenda no colosso que fica mais a Norte, que passou a “cantar” em certas ocasiões. Para os gregos, o cântico era o lamento de Mémnon por ver a sua mãe (Aurora) a subir aos céus, cada manhã. 

Entre o Vale dos Reis e os colossos fica outro templo popular e imponente, dedicado à rainha Hatshepsut, a segunda faraó feminina que governou o Egipto, mas que não cheguei a visitar.

11. Templo de Hórus (Edfu)

Rumando mais de uma centena de quilómetros para Sul, sempre acompanhando o curso do Nilo, chegamos a Edfu, a cidade de Hórus, que desempenhou um papel importante na antiga rota das caravanas, unindo o vale do Nilo às minas do deserto, e que foi sede do culto àquele deus que muitos comparam ao grego Apolo.

Este culto resultou em mais uma maravilha da civilização egípcia: o majestoso templo de Hórus,  construído num local estratégico para ficar longe do deserto mas também não ser afetado pelas inundações sazonais do Nilo. Praticamente todas as superfícies estão cobertas de baixos-relevos e hieróglifos, alguns dos quais contam a história mitológica do deus-falcão.

O guia explica a história do nascimento de Hórus.

12. Kom Ombo (o culto do crocodilo)

Mais 60 km para Sul e chegamos ao Templo de Kom Ombo, um lugar único, na medida que foi dedicado a dois deuses egícpios: Sobek, o deus crocodilo conhecido como deus da fertilidade e criador do mundo, e Hórus.

A reverência aos crocodilos está assinalada nas paredes do templo e no museu do crocodilo, com várias múmias desses animais portentosos. Infelizmente, este não é o templo egípcio melhor preservado, já que sofreu com terremotos, inundações e pilhagem. No entanto, é bem interessante. Ali vi um hieróglifo de um exame ginecológico a uma mulher grávida…

13. Abu Simbel (Assuão)

Nas proximidades da pacata Assuão (que marcou a tradicional fronteira do Egipto com a rival Núbia) ficam dois dos principais monumentos do Egipto faraónico, ambos património mundial da UNESCO. Falo dos templos de Abu Simbel e de Philae, dedicado a Isis, a deusa da maternidade.

Eu só visitei o Templo principal de Abu Simbel, construído pelo famoso faraó Ramsés II, que entrou na História por ser movido nos anos 1960, pedra a pedra, com auxílio da UNESCO, para não ficar submerso com a construção da barragem de Assuão. [Abu Simbel – deuses caminham entre os homens]. Acho que este foi o meu lugar preferido em todo o país.

Tive muita pena estar num grupo, o que impediu de explorar melhor esta região, fortemente influenciada pela cultura núbia, e passear no Lago Nasser. Mas a vida é feita de escolhas e, se ainda hoje é difícil fazer uma viagem independente no Egipto, quando visitei o país ainda era mais.

Este é o templo dedicado à esposa, o de Ramsés II está na entrada do post

14. Biblioteca de Alexandria

Claro que este ratinho dos livros não podia deixar de visitar a biblioteca na litoral cidade de Alexandria. O edifício é impressionante, o exterior decorado com caracteres de 120 idiomas, como referência à riqueza de conhecimentos que ali se guarda. Mas, para mim, é uma mera sombra da histórica Grande Biblioteca de Alexandria, que durante muitos séculos foi uma das maiores e mais importantes do planeta.

Estima-se que o seu acervo tenha incluído cerca de 400 mil rolos de papiro, um património cultural e científico incalculável. Bem, a antiga desapareceu, consumida pelas chamas, pelo que nos resta apreciar a nova Biblioteca, inaugurada em 2002 nas margens do Mar Mediterrâneo.

Além do salão principal, o novo complexo tem quatro bibliotecas especializadas, laboratórios, um planetário, um museu de ciências, outro de caligrafia e uma sala de congressos e exposições. No exterior, um busto honra a fundação da cidade por Alexandre O Grande.

15. Catacumbas romanas (Alexandria)

As catacumbas de Kom el Shoqafa são um extenso complexo de túmulos da época romana (usados entre os séculos II e IV), descobertos por acaso em 1900, quando um burro caiu na estrutura subterrânea. O sítio arqueológico é considerado uma das “Sete Maravilhas da Idade Média”.

Os níveis mais baixos do complexo estão inundados, mas as paredes dos túmulos acessíveis são bastante decoradas. As figuras esculpidas nas paredes combinam formas de deuses egípcios vestidos à moda romana ou grega e criaturas da mitologia greco-romana com símbolos faraónicos. 

Os túmulos são organizados em volta de uma escada em espiral, central, e poderiam receber mais de 300 corpos. Curiosamente, encontrou-se um salão com ossos de cavalos, possivelmente criado para os cavalos do imperador Caracala, em 215 d.C..

Visitar o Egipto – informações úteis de viagem

Quando ir

O Egito pode ser visitado ao longo de todo o ano. Porém, a melhor época para visitar os sítios arqueológicos é no Inverno (novembro a março), quando as temperaturas são mais amenas, recordando que é época alta, com consequências nos preços dos hotéis. No Verão (entre junho e agosto) as temperaturas a sul do Cairo podem chegar as uns insuportáveis 40° C e, na capital, ao calor soma-se a poluição e o ruído. Conclusão, a Primavera e o Outono poderão ser a melhor opção para viajar.

Uma atenção especial aos meses do Ramadão que pressupõem constrangimentos aos planos de viagem, pois algumas empresas operam em horário reduzido. No entanto, pode ser uma experiência enriquecedora, de um ponto de vista cultural.

Se vier do Brasil, terá que fazer escala em algum país (de Portugal existem voos diretos). Conheço várias pessoas que aproveitaram uma conexão para conhecer a capital do Qatar. Se for o caso, sugiro uma leitura de O que fazer em Doha, no Qatar: roteiro de 3 dias, que conta a experiência do Diego Arena.

Visto turístico para visitar o Egito

Para visitar o Egito é necessário passaporte com validade mínima de 6 meses e visto de entrada, que custa 25 USD (simples) ou 60 USD (múltiplas entradas)*. Este pode ser obtido no aeroporto, aquando da chegada ao país. Cidadãos de 78 países (incluindo Portugal e o Brasil) também o podem pedir online, com uma antecedência mínima de 7 dias, através da plataforma eletrónica www.visa2egypt.gov.eg, sendo a confirmação recebida por email. Atenção: há outros sites que oferecem esse serviço, mas são burlas.

Eu visitei o país antes de ser possível obter o e-Visa, mas já li relatos sobre complicações com o pedido no site oficial, com o visto repetidamente recusado por causa de um suposto erro de preenchimento e o valor pago não foi reembolsado. Por outro lado, no aeroporto, o processo tanto pode ser super rápido como um pouco demorado (Sorte? Coincidência de chegadas de voos?).

* valores praticados em Maio de 2022

Saúde e segurança durante a viagem ao Egipto

Não existem vacinas obrigatórias para visitar o Egito, mas deve tomar as habituais precauções contra mosquitos, evitar alimentos crus e beber água apenas de garrafas seladas. Também é aconselhável contratar um seguro de viagem que cubra cuidados médicos e assistência hospitalar (espreite os seguros do nosso parceiro IATI).

A taxa de criminalidade no Egipto é baixa, deve apenas tomar as habituais precauções contra carteiristas (existe até uma polícia para o turismo). Contudo, vários atentados terroristas em anos recentes provocaram uma diminuição significativa do número de turistas que, normalmente, chegam através de uma agência e regressam a casa extasiados com o país.

O Ministério de Negócios Estrangeiros português desaconselha visitar as áreas fronteiriças com a Líbia e o Sudão, o norte da península do Sinai e locais habituais de manifestações. O Ministério de Assuntos Exteriores espanhol desaconselha viajar para o Egipto, exceto se pretende visitar as principais cidades turísticas, e também percursos por estrada.

Como em tudo, vale o bom senso e acompanhar a situação do país nos noticiários. Consulte também o Portal das comunidades, com informação para os viajantes portugueses.

Mulheres no Egipto

As mulheres, sobretudo se viajam sozinhas, podem sentir-se inseguras (mais um motivo pelo qual é tão habitual as viagens de grupo, por agência). Por várias razões culturais, muitos homens têm abordagens indesejadas: o assédio é muito comum e pode acontecer mesmo na imigração. Normalmente não é perigoso, apenas irritante.

Eu senti-me incomodada na Biblioteca de Alexandria. O meu marido estava a enviar um email e eu não quis esperar, fui explorar os corredores, ver os livros, sozinha. Voltei depressa para o seu lado, depois de olhares demasiado insistentes (como certos olhares podem ser invasores, né?) e alguns comentários parvos.

Se visitar lugares sagrados como mesquitas, tanto homens como mulheres devem tapar pernas e braços. Uma dica para as mulheres é levar um lenço longo na mochila e preferir calças (eu sei, é um calorão, mas pronto). 

Compras no Egipto

A moeda oficial é a libra egípcia (EGP): em Maio de 2022, um euro correspondia a 19,54 EGP. Os cartões de débito e de crédito são aceites na grande maioria dos hotéis, restaurantes e lojas; o Revolut funciona bem para pagamentos, mas nem todos os ATM o aceitam. Pode contar com uma rede de caixas multibando razoável nas cidades maiores.

Para compras informais, na rua, é habitual pagar-se em dinheiro, depois de uma longa (por vezes exaustiva) negociação. Faça-o apenas se estiver realmente interessado em comprar o produto e não tenha medo de regatear o preço. Mostre-se surpreendido com o primeiro preço sugerido ou caminhe lentamente para a saída, se necessário. Se a negociação continuar, quer dizer que ainda há margem para acertar o preço. Nas zonas turísticas é habitual oferecer-se chá, em sinal de hospitalidade, o que não o obriga a comprar.

Site do Turismo do Egipto